A partir de hoje, os operadores de televisão por cabo da Ucrânia ficam proibidos de transmitir programas que não estejam dobrados em língua ucraniana.
A medida é tomada com vista a proteger a língua ucraniana e, em Junho passado, as autoridades já tinham proibido a exibição de filmes não dobrados em ucraniano nas salas de cinema do país.
Esta proibição, que atinge também quatro canais russos, está a provocar na Rússia uma onda de indignação e alguns políticos pedem que Moscovo recorra ao exemplo da Ossétia do Sul para dar uma lição à Ucrânia.
“Os cidadãos ucranianos russófonos são cidadãos de pleno direito no seu país e têm direito a falar em russo, a ver a televisão em língua russa”, declarou Grigori Karassin, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
“Trata-se de um sintoma não muito saudável que deve preocupar não só a Rússia, mas também os cidadãos da Ucrânia”, sublinhou.
Iúri Lujkov, Presidente da Câmara de Moscovo, apelou ao Krelim a tomar medidas contra o que considera ser uma “onda de russofobia”.
“Nos últimos anos, depois da chegada de Iuschenko (Presidente da Ucrânia) ao poder, uma onda de russofobia varreu literalmente a Ucrânia. Precisamos não só de constatar a deterioração colossal da situação, mas tomar medidas, nomeadamente ao nível de Estado”, declarou Lujkov, na Conferência Mundial de cidadãos russos que residem no estrangeiro.
Iúri Lujkov defende também a devolução da península da Crimeia à Rússia, território na costa do Mar Negro que passou para a Ucrânia em 1954.
O dirigente moscovita sublinhou que as acções da Rússia durante a guerra na Ossétia do Sul, em Agosto passado, são “um bom exemplo” de defesa dos interesses dos cidadãos russos.
Serguei Mironov, dirigente do Senado russo, defende posição semelhante: “A Rússia não esquecerá e não abandonará os seus cidadãos no estrangeiro em situações difíceis. O melhor exemplo disso são as acções da Rússia com vista à defesa dos seus cidadãos no conflito entre a Geórgia e a Ossétia do Sul”.
Na cidade de Sebastopol, capital da Crimeia, república autónoma da Ucrânia onde a maioria da população é russófona, o Conselho Municipal anulou a decisão das autoridades de Kiev, considerando que ela é “ilegal” e que o direito dos cidadãos a receber informação em russo é “inabalável”.
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