Acabo de ler dois livros imperdíveis para quem gosta de se informar sobre processos eleitorais:
What went wrong in Ohio, The Conyers Report on the 2004 presidential election
What Happened in Ohio? A documentary record of theft and fraud in the 2004 election
Os dois livros oferecem provas factuais de que o secretário de Estado de Ohio, o republicano Kenneth Blackwell, usou sua autoridade para suprimir votos de eleitores democratas e pode ter agido para garantir a reeleição de George W. Bush em 2004.
Esclareço: nos Estados Unidos as eleições são organizadas em nível estadual. E autoridades estaduais, independentemente de partido, organizam as eleições. Em Ohio, além de secretário estadual Blackwell era também co-presidente da campanha Bush-Cheney 2004. Os livros detalham todas as medidas tomadas pelos republicanos com o objetivo de suprimir o direito de voto de eleitores que potencialmente poderiam favorecer os democratas.
Ohio garantiu a vitória de George W. Bush em 2004 assim como a Flórida garantiu a vitória de George W. Bush em 2000.
O que aconteceu na Flórida, em 2000, é muito parecido com o que aconteceu em Ohio em 2004.
De longe a melhor investigação sobre a fraude na Flórida foi feita pelo jornalista Greg Palast, que trabalha para a BBC.
Curiosamente, nada disso aparece na mídia corporativa. Nem nos Estados Unidos, nem no Brasil. Ou por ignorância, ou por má fé. Talvez uma combinação dos dois.
Para esta terça-feira, Greg Palast prevê o sumiço de seis milhões de votos. Leia aqui.
E nós com isso?
Depois de ter lido sobre a fraude eleitoral no México, sobre o uso de pesquisas eleitorais para tentar sacar Hugo Chávez do poder na Venezuela e sobre a atuação dos republicanos na Flórida e em Ohio acho que nós, brasileiros, deveríamos ficar espertos.
1. A urna eletrônica brasileira é um buraco negro: não emite um comprovante impresso, essencial para auditagem posterior dos resultados.
2. Os juízes das eleições brasileiras são os mesmos que organizam as eleições e são responsáveis pelos resultados. Têm todo o incentivo para dizer que está tudo bem, sempre.
Você acredita que pode contar com uma mídia isenta para investigar e denunciar uma fraude eleitoral no Brasil? Nem eu.
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