No dia 15 de Fevereiro de 1989, os últimos destacamentos militares soviéticos, sob o comando do general Boris Gromov, atravessaram a ponte sobre o rio Amu Dária, que separava a União Soviética e o Afeganistão, pondo assim fim a uma intervenção militar de nove anos.
Centenas de veteranos da “guerra do Afeganistão” desfilaram hoje nas ruas centrais da capital russa para assinalar essa data, tendo o cortejo terminado com a deposição de flores na campa do Soldado Desconhecido e do monumento ao marechal soviético, Gueorgui Jukov.
Os antigos combatentes, muitos deles portando as numerosas ordens e medalhas com que foram condecorados por feitos militares, concentraram-se também junto do monumento “aos combatentes internacionalistas” (como são conhecidos os soldados e oficiais soviéticos que combateram no Afeganistão, Angola, Moçambique, Etiópia, Somália, etc.), situado na Colina das Vénias de Moscovo, onde se encontra o Museu da Grande Guerra Pátria (1941-1945) e uma importante exposição de material bélico.
A partir de hoje, os visitantes da exposição poderão ver também o veículo de infantaria soviética BMP-1, muito utilizado no Afeganistão.
Segundo o movimento de veteranos “Irmandade de Combate”, “pela “guerra do Afeganistão”, passaram mais de 700 mil soviéticos, dos quais cerca de 15 mil tombaram em combate”. As baixas entre a população e a ressitência afegãs são calculadas em mais de cem mil pessoas.
Numa conferência de imprensa realizada na véspera, o general Gromov considerou que a intervenção militar soviética no Afeganistão não foi uma ocupação, mas um episódio da luta contra o terrorismo internacional.
“As nossas tropas não foram ocupantes. Nós não combatemos contra o povo do Afeganistão, mas cortavamos as vias de tráfico de drogas, destruíamos caravanas com armas, terroristas, guardavamos caminhos e oleodutos”, justificou o general.
“Na realidade, enfrentámos o golpe dos terroristas que, hoje, transbordou para além das fronteiras do Afeganistão”, concluiu.
As cerimónias terminam à noite com um concerto no Palácio dos Congressos do Kremlin, onde será também exibido um filme sobre os “combatentes internacionalistas”.
A imprensa russa compara a intervenção militar soviética à actual operação dos Estados Unidos e da NATO no Afeganistão, sublinhando que os países ocidentais estão a cometer o mesmo erro da URSS.
“Então, a única forma de esmagar os guerrilheiros consistia numa operação militar contra as suas bases no território do Paquistão, mas semelhante alastramento da guerra era impossível”, considera Ilia Kramnik, analista militar da agência Ria-Novosti.
“O que se passa agora? Praticamente a mesma coisa. Os Estados Unidos lutam contra destacamentos da guerrilha que recebem apoio de fora, do Irão e do Paquistão, mas não têm possibilidade de destruir essas bases externas”, sublinha Kramnik.
Segundo esse analista, a derrota norte-americana poderá ter consequências negativas não só para Washington, mas também para a Rússia, pois esta ver-se-á novamente obrigada a ir em ajuda dos seus aliados na Ásia Central a fim de travar a onda fundamentalista.
Centenas de veteranos da “guerra do Afeganistão” desfilaram hoje nas ruas centrais da capital russa para assinalar essa data, tendo o cortejo terminado com a deposição de flores na campa do Soldado Desconhecido e do monumento ao marechal soviético, Gueorgui Jukov.
Os antigos combatentes, muitos deles portando as numerosas ordens e medalhas com que foram condecorados por feitos militares, concentraram-se também junto do monumento “aos combatentes internacionalistas” (como são conhecidos os soldados e oficiais soviéticos que combateram no Afeganistão, Angola, Moçambique, Etiópia, Somália, etc.), situado na Colina das Vénias de Moscovo, onde se encontra o Museu da Grande Guerra Pátria (1941-1945) e uma importante exposição de material bélico.
A partir de hoje, os visitantes da exposição poderão ver também o veículo de infantaria soviética BMP-1, muito utilizado no Afeganistão.
Segundo o movimento de veteranos “Irmandade de Combate”, “pela “guerra do Afeganistão”, passaram mais de 700 mil soviéticos, dos quais cerca de 15 mil tombaram em combate”. As baixas entre a população e a ressitência afegãs são calculadas em mais de cem mil pessoas.
Numa conferência de imprensa realizada na véspera, o general Gromov considerou que a intervenção militar soviética no Afeganistão não foi uma ocupação, mas um episódio da luta contra o terrorismo internacional.
“As nossas tropas não foram ocupantes. Nós não combatemos contra o povo do Afeganistão, mas cortavamos as vias de tráfico de drogas, destruíamos caravanas com armas, terroristas, guardavamos caminhos e oleodutos”, justificou o general.
“Na realidade, enfrentámos o golpe dos terroristas que, hoje, transbordou para além das fronteiras do Afeganistão”, concluiu.
As cerimónias terminam à noite com um concerto no Palácio dos Congressos do Kremlin, onde será também exibido um filme sobre os “combatentes internacionalistas”.
A imprensa russa compara a intervenção militar soviética à actual operação dos Estados Unidos e da NATO no Afeganistão, sublinhando que os países ocidentais estão a cometer o mesmo erro da URSS.
“Então, a única forma de esmagar os guerrilheiros consistia numa operação militar contra as suas bases no território do Paquistão, mas semelhante alastramento da guerra era impossível”, considera Ilia Kramnik, analista militar da agência Ria-Novosti.
“O que se passa agora? Praticamente a mesma coisa. Os Estados Unidos lutam contra destacamentos da guerrilha que recebem apoio de fora, do Irão e do Paquistão, mas não têm possibilidade de destruir essas bases externas”, sublinha Kramnik.
Segundo esse analista, a derrota norte-americana poderá ter consequências negativas não só para Washington, mas também para a Rússia, pois esta ver-se-á novamente obrigada a ir em ajuda dos seus aliados na Ásia Central a fim de travar a onda fundamentalista.
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