"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Obama e o modelo sueco

Blog do Luis Nassif - 16/02/09

Por Joel

Nassif,

Dá uma olhada nesta notícia do jornal sueco “Dagens Nyheter”, de hoje, 16 de fevereiro.

Segundo o principal jornal sueco, “Dagens Nyheter”, o governo Obama não está considerando resgatar o seu sistema bancário segundo o modelo “escandinavo”, que foi implementado na Suécia em 1992, quando o país passou por uma aguda crise financeira.

Na época, o Estado Sueco comprou o equivalente a 8 bilhões de dólares em ações do sistema bancário, tornando-se na prática o seu principal acionista. Após o saneamento e a retomada da confiança no sistema, os bancos foram vendidos ao setor privado gerando dividendos para o Estado.

O próprio presidente Obama declarou à Rede ABC que “À primeira vista, o modelo sueco parece bom. Mas o problema é que a Suécia tinha 5 bancos, nós temos milhares. E a Suécia tem uma outra cultura quanto a relação do Estado e o Mercado. Nós (nos EUA) queremos manter a noção de que os investimentos fundamentais do país devem vir do setor privado”.

Mesmo assim, dois economistas de peso, Matthew Richardson e o agora famoso Nouriel Roubini, publicaram um artigo na edição deste domingo do Washington Post com o título “Nacionalizem os Bancos - Agora Todos Somos Suecos” .

Nele, os economistas dizem “Como economistas a favor do livre mercado (… ) sentimo-nos heréticos ao propor uma estatização ampla do sistema bancário, mas o sistema financeiro americano chegou a um tal ponto de perigo que poucas alternativas nos restam”.

O ex-ministro das finanças sueco, Bo Lundgren, que liderou o processo em 1992, afirma que a experiência sueca poderia, sim, ser aplicada nos EUA. “Os princípios de nosso resgate do sistema financeiro não criaram um poder burocrático estatal sem controle. Na época nós garantimos a liquidez dos bancos e restabelecemos a confiança no sistema”.

Segundo o ex-ministro sueco, ele não achou que o discurso do novo Secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, na semana passada, tenha infundido a confiança necessária para o sistema financeiro norte-americano.

o Lundgren diz também não entender o porquê de tamanho medo, nos EUA, em relação a uma garantia estatal para o sistema financeiro via a participação acionária nos bancos. “O Estado não dever ser o dono dos bancos a longo prazo, mas estamos passando por uma crise e nessas horas há que se tomar medidas corajosas. Nos EUA dá-se uma imagem totalmente errada quando se fala em nacionalização dos bancos”.

A deputada democrata Maxine Waters declarou, também à ABC, que “o Citibank na verdade já deveria ser considerado nacionalizado, com tanto dinheiro que colocamos nele. Mas eu não acho que nós estamos prontos para um programa formal de nacionalização dos bancos”.

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