"A avalanche de notícias e análises econômicas marcadas por um tom alarmista e, por que não?, irresponsável”, levou este professor, consultor de empresas e conferencista a criar um blog para tratar do assunto.
por Stephen Kanitz, no blog O Brasil que dá certo
Há mais de cinco anos, leitores e estudantes vêm insistindo para que eu criasse um blog. Resisti até agora porque um artigo mensal na Veja já me dava muito trabalho. Imagine um blog diário!
Mas a crise econômica de 2008 me mostrou as responsabilidades de um formador de opinião: deve fazer-se presente no debate público de modo freqüente e atuante.
Desde setembro, quando as percepções de que a economia norte-americana entraria em colapso começaram a ganha corpo, assistimos a uma avalanche de notícias e análises econômicas marcadas por um tom alarmista e, por que não?, irresponsável. No Google Trends, em que se descreve o uso da palavra "crise" no Brasil. Veja salto dado em setembro de 2008, época em que o país crescia a 6,8%.
clique para visualizar o gráfico
O pânico que tomou conta da imprensa não lhe permite dar o devido destaque a uma série de fatos positivos da economia brasileira.
Por exemplo, quem se lembra da notícia, de 03 de janeiro, de que o Brasil bateu recorde histórico das exportações, mesmo a um câmbio pouco competitivo de R$ 1,70? Ou ainda: de que, em 27 de janeiro, o FMI previu que a economia brasileira irá (mesmo que de maneira modesta) CRESCER em 2009?
Esse mesmo alarmismo faz com que, algumas vezes, notícias positivas sejam lidas ou interpretadas como negativas. Exemplos: em entrevista ao Estadão (03.12.2008), Affonso Celso Pastore prevê que, a despeito da desaceleração das atividades econômicas, o crescimento do PIB brasileiro deve ficar entre 2,0 e 2,5%. Mas qual foi a chamada de capa? “Pastore já vê sinais de recessão”.
Na tentativa de fazermos um contraponto a essa maré de pessimismo, divulgaremos aqui as boas notícias e as boas iniciativas do Brasil Que Dá Certo. Assim, este blog será uma continuação do livro que publiquei em 1994, que teve 35 reimpressões e me rendeu um Premio Jabuti. Não iremos promover o catastrofismo alarmista, mas tampouco embarcaremos num otimismo irresponsável. Buscaremos, sim, fazer uma análise realista. Iremos nos concentrar nas boas noticias simplesmente porque as más notícias não precisam ser reproduzidas - elas já têm amplo espaço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário