Ontem, o Presidente da Turquia encontrou-se com os dirigentes russos em Moscovo. Conversações muito importantes para a política externa e segurança regional. Por isso, aqui deixo o artigo que escrevi ontem para a Agência Lusa.
Quero apenas assinalar que Abdullah Gul se encontrou com Putin, mas os acontecimentos prinncipais tiveram lugar no Kremlin:
"Os Presidentes da Rússia e da Turquia, Dmitri Medvedev e Abdullah Gul, assinaram uma declaração conjunta sobre “o avanço para uma nova etapa das relações e para o posterior aprofundamento da amizade e parceria”.
“Não se trata simplesmente de um papel, mas sim de um documento que será a base da cooperação na esfera da política externa, das relações económicas e na esfera humanitária”, sublinhou Medvedev, na conferência de imprensa realizada após as conversações com o seu homólogo turco.
Os dirigentes dos dois países não escondiam o optimismo quanto ao futuro das relações bilaterais.
“As nossas relações económicas são verdadeiramente poderosas, mostram um dinamismo económico positivo, que, espero, será conservado não obstante as dificuldades do período actual”declarou Medvedev.
“As bases das nossas relações económicas são muito fortes, constituídas por projectos como a “Corrente Azul”, cooperamos também noutras áreas: energia eléctrica, nuclear, no campo da cooperação industrial”, acrescentou.
“Corrente Azul” é o nome do projecto que prevê a construção de um gasoduto que trasnsportará “combustível azul” da Ásia Central, através do Mar Negro e da Turquia, para a Europa.
“Este é um dos projectos que visa concorrer com o gasoduto Nabucco (pipeline que deverá transportar gás da Ásia Central para a Europa, ladeando o território russo). Moscovo tem desenvolvido grandes esforços para levar Ancara a apostar o “Corrente Azul” em detrimento do “Nabucco””, declarou à Lusa uma fonte diplomática na capital russa.
Medvedev recordou que as trocas comerciais entre os dois países aumentaram 35 vezes nos últimos dez anos.
A fim de aumentar ainda mais o comércio bilateral, Medvedev e Gul prometeram simplificar ainda mais o processo de concessão de vistos para os homens de negócios.
Serguei Schmatko, ministro da Energia da Rússia, que também participou nas conversações, declarou aos jornalistas que Moscovo poderá assinar contratos no campo da produção de energia, incluindo a construção de quatro reactores nucleares, no valor de mais de 60 mil milhões de dólares.
A declaração conjunta prevê também a cooperação russo-turca na manutenção da paz e da estabilidade na região do Mar Negro e do Cáucaso, tendo Medvedev sublinhado que os países dessa região podem resolver os problemas sem a participação de “potências externas”.
“A crise de Agosto (guerra entre a Rússia e a Geórgia) mostrou a importância da coordenação de todos os países da região quando do aparecimento de ameaças e mostrou também que somos capazes de resolver semelhantes problemas sozinhos, sem a participação de potências de fora”, precisou o dirigente russo.
Medvedev manifestou apoio à proposta da Turquia de criação de uma plataforma de estabilidade e cooperação no Cáucaso.
“A plataforma por nós proposta será um campo regional indispensável para o diálogo entre as partes interessadas. Nesta parte do planeta há muitos conflitos congelados e seria incorrecto mantê-los assim durante séculos”, acrescentou Gul.
“O Kremlin não se esquece que a Turquia não tem grandes hipóteses de aderir à União Europeia e tenta criar condições para que Ancara se integre em estruturas regionais”, comentou uma fonte diplomática à Lusa".
“Não se trata simplesmente de um papel, mas sim de um documento que será a base da cooperação na esfera da política externa, das relações económicas e na esfera humanitária”, sublinhou Medvedev, na conferência de imprensa realizada após as conversações com o seu homólogo turco.
Os dirigentes dos dois países não escondiam o optimismo quanto ao futuro das relações bilaterais.
“As nossas relações económicas são verdadeiramente poderosas, mostram um dinamismo económico positivo, que, espero, será conservado não obstante as dificuldades do período actual”declarou Medvedev.
“As bases das nossas relações económicas são muito fortes, constituídas por projectos como a “Corrente Azul”, cooperamos também noutras áreas: energia eléctrica, nuclear, no campo da cooperação industrial”, acrescentou.
“Corrente Azul” é o nome do projecto que prevê a construção de um gasoduto que trasnsportará “combustível azul” da Ásia Central, através do Mar Negro e da Turquia, para a Europa.
“Este é um dos projectos que visa concorrer com o gasoduto Nabucco (pipeline que deverá transportar gás da Ásia Central para a Europa, ladeando o território russo). Moscovo tem desenvolvido grandes esforços para levar Ancara a apostar o “Corrente Azul” em detrimento do “Nabucco””, declarou à Lusa uma fonte diplomática na capital russa.
Medvedev recordou que as trocas comerciais entre os dois países aumentaram 35 vezes nos últimos dez anos.
A fim de aumentar ainda mais o comércio bilateral, Medvedev e Gul prometeram simplificar ainda mais o processo de concessão de vistos para os homens de negócios.
Serguei Schmatko, ministro da Energia da Rússia, que também participou nas conversações, declarou aos jornalistas que Moscovo poderá assinar contratos no campo da produção de energia, incluindo a construção de quatro reactores nucleares, no valor de mais de 60 mil milhões de dólares.
A declaração conjunta prevê também a cooperação russo-turca na manutenção da paz e da estabilidade na região do Mar Negro e do Cáucaso, tendo Medvedev sublinhado que os países dessa região podem resolver os problemas sem a participação de “potências externas”.
“A crise de Agosto (guerra entre a Rússia e a Geórgia) mostrou a importância da coordenação de todos os países da região quando do aparecimento de ameaças e mostrou também que somos capazes de resolver semelhantes problemas sozinhos, sem a participação de potências de fora”, precisou o dirigente russo.
Medvedev manifestou apoio à proposta da Turquia de criação de uma plataforma de estabilidade e cooperação no Cáucaso.
“A plataforma por nós proposta será um campo regional indispensável para o diálogo entre as partes interessadas. Nesta parte do planeta há muitos conflitos congelados e seria incorrecto mantê-los assim durante séculos”, acrescentou Gul.
“O Kremlin não se esquece que a Turquia não tem grandes hipóteses de aderir à União Europeia e tenta criar condições para que Ancara se integre em estruturas regionais”, comentou uma fonte diplomática à Lusa".
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