Temendo a estagnação do quadro político em Honduras, o Brasil pediu ontem aos EUA que pressionem pela renúncia do presidente de facto hondurenho, Roberto Micheletti, e pelo retorno ao poder do líder deposto, Manuel Zelaya.
A reportagem é de Denise Chrispim Marin e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 18-07-2009.
A sugestão partiu do chanceler Celso Amorim, que telefonou na tarde de ontem para a secretária americana de Estado, Hillary Clinton: "É preciso encontrar, com rapidez, uma solução que permita que a resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) seja cumprida por Honduras, com a volta de Zelaya à presidência", afirmou Amorim, segundo sua assessoria de imprensa.
O chanceler argumentou que o diálogo conduzido pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, tem de continuar, mas com o objetivo de restituir a presidência a Zelaya. Segundo o Itamaraty, Hillary foi receptiva ao pedido de Amorim. Na conversa, ele demonstrou a preocupação do governo com o risco de serem acatadas as condições impostas pelo governo de facto. Na quarta-feira, Micheletti disse que renunciaria, desde que Zelaya não voltasse ao poder.
Para o Itamaraty, permitir que um governo golpista imponha condições para sua saída seria um estímulo ao golpismo na América Latina e desmoralizaria a OEA. A diplomacia brasileira avalia a possibilidade da formação de uma coalizão entre o governo de facto e o de Zelaya. Segundo o governo brasileiro, a única alternativa satisfatória para o episódio é a recondução de Zelaya ao poder, até a posse do presidente escolhido nas eleições de novembro.
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