Moscovo decidiu jogar no tudo por tudo e chamou a si o papel de coveiro do sistema de relações internacionais esquisito e fortemente distorcido, que se formou vinte anos após o fim da guerra fria, considera Fiodor Lukianov, redactor-chefe da revista “Rússia na Política Global”.
Lukianov enumera as razões que poderão ter levado o Kremlin a fazer uma aposta tão alta e arriscada.
“Primeiro, a direcção russa, tal como a esmagadora maioria da sociedade russa, ficou claramente chocada com a envergadura e a unanimidade do apoio que Mikhail Saakachvili recebeu no Ocidente”, escreve.
“Esta atmosfera emocional e o sentimento de que é simplesmente inútil conversar com as capitais ocidentais, tornaram a posição de Moscovo ainda mais radical”, frisa ele.
“Segundo, continua Lukianov, tornou-e claro que não é possível (à Rússia) consolidar politicamente o que foi conseguido por via militar. As acções da Rússia não tiveram apoio no mundo”.
“Terceiro, o factor interno também teve a sua importância. Na atmosfera criada em torno desta guerra, era complicado fazer cedências diplomáticas e explicá-las à população (russa), mesmo tendo a televisão sob controlo”, escreve o analista.
Fiodor Lukianov considera que: “fica-se com a impressão de que a decisão de reconhecimento foi tomada para cortar a si próprio a via de recuo e, desse modo, tornar irreversível a situação na Abkházia e Ossétia do Sul”.
“Isto não mostra confiança em si, mas significa a prontidão de avançar para um grande risco. Claro que revogar a decisão tomada só poderá ser feito em condições de capitulação total e incondicional”, frisou.
“Seja como for, começou uma nova etapa. A Rússia virou decididamente de rumo, renunciando às tentativas de receber a legitimação externa dos seus passos e, em geral, de agir no quadro da lei. A aposta foi feita apenas nas próprias forças (não nos podemos apoiar em mais ninguém) e em que os os países vizinhos pensem bem quem é o verdadeiro “boss” nessa região”, continua.
O analista político considera que o Presidente Medvedev não tem “toda a razão” ao afirmar que a perspectiva de uma guerra fria não assusta o Kremlin, chamando a atenção para o facto de, na primeira guerra fria, a Rússia/URSS ser um país diferente: “bem mais forte do ponto de vista militar e político”.
Lukianov considera que “o Ocidente se adapta com dificuldade às realidades do séc. XXI: à mudança do ponteiro da balança político-económica internacional para o lado das potências emergentes do Terceiro Mundo. O sistema tornou-se muito mais multivectorial”.
“É evidente que isto também diz respeito à Rússia, tanto mais quando dispõe de um número limitado de instrumentos. Moscovo começou um jogo extremamente arriscado e com grandes apostas. Nesse jogo, tanto a vitória, como a derrota serão demolidoras”, concluiu.
Lukianov enumera as razões que poderão ter levado o Kremlin a fazer uma aposta tão alta e arriscada.
“Primeiro, a direcção russa, tal como a esmagadora maioria da sociedade russa, ficou claramente chocada com a envergadura e a unanimidade do apoio que Mikhail Saakachvili recebeu no Ocidente”, escreve.
“Esta atmosfera emocional e o sentimento de que é simplesmente inútil conversar com as capitais ocidentais, tornaram a posição de Moscovo ainda mais radical”, frisa ele.
“Segundo, continua Lukianov, tornou-e claro que não é possível (à Rússia) consolidar politicamente o que foi conseguido por via militar. As acções da Rússia não tiveram apoio no mundo”.
“Terceiro, o factor interno também teve a sua importância. Na atmosfera criada em torno desta guerra, era complicado fazer cedências diplomáticas e explicá-las à população (russa), mesmo tendo a televisão sob controlo”, escreve o analista.
Fiodor Lukianov considera que: “fica-se com a impressão de que a decisão de reconhecimento foi tomada para cortar a si próprio a via de recuo e, desse modo, tornar irreversível a situação na Abkházia e Ossétia do Sul”.
“Isto não mostra confiança em si, mas significa a prontidão de avançar para um grande risco. Claro que revogar a decisão tomada só poderá ser feito em condições de capitulação total e incondicional”, frisou.
“Seja como for, começou uma nova etapa. A Rússia virou decididamente de rumo, renunciando às tentativas de receber a legitimação externa dos seus passos e, em geral, de agir no quadro da lei. A aposta foi feita apenas nas próprias forças (não nos podemos apoiar em mais ninguém) e em que os os países vizinhos pensem bem quem é o verdadeiro “boss” nessa região”, continua.
O analista político considera que o Presidente Medvedev não tem “toda a razão” ao afirmar que a perspectiva de uma guerra fria não assusta o Kremlin, chamando a atenção para o facto de, na primeira guerra fria, a Rússia/URSS ser um país diferente: “bem mais forte do ponto de vista militar e político”.
Lukianov considera que “o Ocidente se adapta com dificuldade às realidades do séc. XXI: à mudança do ponteiro da balança político-económica internacional para o lado das potências emergentes do Terceiro Mundo. O sistema tornou-se muito mais multivectorial”.
“É evidente que isto também diz respeito à Rússia, tanto mais quando dispõe de um número limitado de instrumentos. Moscovo começou um jogo extremamente arriscado e com grandes apostas. Nesse jogo, tanto a vitória, como a derrota serão demolidoras”, concluiu.
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