Os dirigentes russos e uzbeques acordaram construir um novo sistema de gasodutos, que irão atravessar o território do Uzbequistão.
Putin justificou essa decisão com o “crescimento do potencial e exportação do Uzbequistão e do Turquemenistão”.
Isto permitirá a Moscovo controlar mais uma via de fornecimento de gás natural da Ásia Central para a Europa através da Rússia.
Vladimir Purin e Islam Karimov, Presidente uzbeque, decidiram também que o gás será adquirido por Moscovo a Tachkent “a preços europeus”.
Economistas contactados pela Lusa em Moscovo consideram que estas decisões têm uma forte carga política.
Os novos preços poderão ser utilizados para exercer pressão política sobre a Ucrânia, pois o seu aumento brusco poderá ter sérias consequências negativas na economia ucraniana. Em troca de gás barato, Moscovo poderá exigir cedências políticas.
Se, em 2008, Kiev recebia gás, através de gasodutos russos, da Ásia Central a 179,5 dólares por mil metros cúbicos, no próximo ano, o preço poderá subir para 370 dólares.
Estes acordos significam também que o Uzbequistão se decidiu por uma maior aproximação com a Rússia, em prejuízo de semelhante processo em relação à Europa e Estados Unidos.
As posições da Rússia na Ásia Central são reforçadas pelo facto de a China não estar disposta a pagar preços tão altos pelo gás natural.
“Hoje, tornou-se conhecido que o Turquemenistão não conseguiu obter da China preços comaráveis aos russos. Por conseguinte, a Gazprom (o maior exportador russo de gás) tem possibilidades bem maiores de conseguir todo o gás possível desse países da Ásia Central no futuro”, considera Vitali Gromadin, perito da empresa financeira Arbat Kapital.
Segundo ele, isso ajudará a empresa russa a ocupar posições ainda mais sólidas no mercado europeu, “porque a dependência da UE dos fornecimentos da Rússia continuará a ser muito grande”.
“Provavelmente, essa circunstância será utilizada pela direcção russa nas conversações com a UE, que critica a Rússia pelas acções na Ossétia do Sul”, concluiu.
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