Por Junior,SP
LN,
Que tal uma discussão sobre o projeto do trem bala? Segundo matéria da FSP, o custo orçado da obra passou para R$ 34,5bi - 63% a mais do inicialmente previsto.
Desta forma a passagem mais barata seria de R$ 150 e a viagem duraria 1h e 33min.
Acho que nessa condições o projeto não é viável. Valor muito próximo ao das passagens aéreas e mais demorado.
É forte candidato a Super-mico do PAC.
Por emerson
Olá.
Vivi por alguns anos no Japão e pude experimentar o sistema de trens-bala deles.
1) No Japão, as passagens eram da mesma ordem de preço das passagens aéreas, mas com algumas vantagens: as estações são no centro da cidade e são integradas com o sistema local de transporte (metro, taxi, onibus), e o conforto das poltronas é muito maior, incomparável o espaço. Um outro aspecto era a facilidade de comprar o bilhete e embarcar no trem, sem checkin, sem esteira de bagagem. A grande vantagem é mesmo a bagagem.
2) No Japão o sistema é extenso, ligando praticamente todas as grande cidades, mas começou ligando Toquio a Osaka durante os jogos olímpicos. Neste aspecto, o projeto Campinas-São Paulo - Rio é correto, inclusive, imagino a linha sendo expandida no futuro para Ribeirão Preto, Uberlandia e Belo Horizonte em uma direção e extendendo até Vitória na outra direção, além de uma terceira linha saindo de São Paulo em direção à Curitiba.
3) hoje o preço do combustivel aereo é viavel, mas no futuro talvez haja um limitante em relação á emissão de CO2. O trem elétrico é a melhor opção. No Japão, existem usinas nucleares que abastecem o sistema Shinkansem (inclusive, visitei uma destas usinas)
4) no Japão há uma cultura do trem, é sempre a escolha natural. Talvez isso tenha que ser muito trabalhado no Brasil.
5) O projeto apresentado pelo gov. federal apresenta um erro: a estação “campo de marte” em São Paulo será relativamente distante da linha do metro e dependerá de uma “ligação” adicional. O local mais apropriado é ao lado da Rodoviária Tietê, integrando o metro, linhas intermunicipais, interestaduais e o trem-bala.
6) No Japão a tabela de horário é extensa, ninguem fica esperando na plataforma por muito tempo e são disponiblilizados horários expressos (ligando apenas as grande cidades) e os “pinga-pinga” ligando as cidades menores. Geralmente as pessoas fazem o chamado “norikai”. embarca no regional até uma grande estação, desembarca e embarca no expresso que vem atrás, fazendo um jogo de prioridades sucessivas.
7) No Japão, viagens de até 3 ou 4 horas são feitas de trem (o que importa não é a distancia, mas o tempo de viagem). Se o japones tem opção de ir de trem em uma viagem de até 3h (por exemplo, São Paulo - Belo Horizonte), mesmo que o preço da passagem aera seja equivalente, ele vai de trem. Se de trem, a viagem será de 5 horas, ai ele prefere o avião gastando as 3h mágicas.
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