Em meio a uma campanha pela reeleição ao cargo e toureando críticas de que a instituição que comanda não tem poder de fogo de fato, o atual secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, disse que não há alternativa para a crise hondurenha que não a volta do presidente deposto, Manuel Zelaya, ao cargo.
A notícia é do jornal Folha de S. Paulo, 17-07-2009.
"Os presidentes [das Américas] querem ver a Constituição [hondurenha] restabelecida, e não há outras opções", disse o chileno em encontro promovido ontem de manhã pelo centro de estudos centrista Diálogo Interamericano, em Washington. "Não temos todo o tempo do mundo, e um cenário que não queremos é o de um presidente de fato", reforçou.
A OEA já suspendeu Honduras da entidade. É a medida mais dura prevista em sua Carta Democrática, aprovada em 2001, que em seus seis artigos não trata de bloqueio econômico ou uso de força.
"A Carta foi usada verdadeiramente pela primeira vez e funcionou", defendeu Insulza, para quem o uso do recurso "vem se aprimorando" nos últimos anos.
Indagado sobre a possibilidade de a entidade apoiar iniciativas militares para retirar o regime golpista do poder, o chileno a descartou.
"Não sou a favor de nenhum tipo de intervenção militar", afirmou, dizendo que defende que o diálogo via diplomacia continue "até que o presidente constitucional de Honduras volte ao cargo".
Insulza discordou da noção de que a presença do presidente da Costa Rica, Óscar Arias, como mediador nas negociações entre o regime golpista e o presidente deposto teria sido uma maneira encontrada pelos EUA para diminuir a ação da OEA. Foi ele quem pediu a mediação, afirmou o chileno, e essa está sendo conduzida como requerido tanto pela OEA como pela Sica (Sistema de Integração da América Central).
Insulza concorre à reeleição para o cargo que ocupa desde 2005. Segundo informação publicada pelo jornal chileno "El Mercurio" no domingo, os EUA teriam retirado informalmente o apoio à sua candidatura por conta de sua atuação na questão cubana, que levou à revogação da suspensão do país, que vigorava desde 1962.
Ontem, de acordo com a rádio Cooperativa, local, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, enviou carta ao seu colega chileno dizendo que o país fará uma "cuidadosa consideração" sobre a candidatura de Insulza. O teor foi confirmado pelo chanceler chileno Mariano Fernández, em visita à Bolívia. Até a conclusão dessa edição, o Departamento de Estado americano não havia comentado o assunto.
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