O vazamento da Polícia Federal para a imprensa de que os "equipamentos da ABIN" continham material pornográfico, coloca em dúvida essa suposta profissionalização da organização (clique aqui).
Não é possível que, em um momento de quase crise institucional, sob o argumento de que as operações não respeitam o sigilo, a PF se valha desses métodos - justamente na operação destinada a coibir esses supostos abusos.
Se amanhã se encontrar material pornográfico em um computador da PF, a responsabilidade será de um agente que utilizou indevidamente o equipamento ou de toda a PF?
O tom da matéria - "A Polícia Federal não crava que os computadores da Abin só armazenam cenas de sexo. O Relatório de Análise de Mídias indica elevado número de registros sobre atividades inerentes à agência" - não é do repórter Fausto Macedo, é das fontes da Polícia Federal que lhe passaram os dados.
Posso imaginar o delegado do inquérito morrendo de rir, por conseguir identificar uma ação de uma agente e jogar a conta nas costas de toda a Agência: "ôrra, meu, f... aqueles caras", enquanto a imagem de profissionalização da PF escoa pelo ralo.
É essa a Polícia Federal do terceiro milênio, a futura FBI brasileira, a organização profissional que tem como foco a busca de resultados? Nada foi encontrado que pudesse incriminar a ABIN. Mas, no relatório enviado ao senador Heráclito Fortes - ligado a Daniel Dantas - a Polícia Federal diz:
"Na análise prévia dos arquivos, por ora, nada foi encontrado que pudesse colocar em risco a segurança nacional. Porém, segundo o relatório, um considerável número de arquivos contendo filmagens de atos sexuais foi detectado nos computadores."
Repito, o agente da ABIN que colecionava vídeos pornográfico não o fazia como representante da ABIN. Já o delegado que vaza essas bobagens representa a Polícia Federal, como titular em um inquérito.
Por Carlos Graça Aranha
Um delegado fazendo masturbação mental com a pornografia alheia.
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