Eu hoje conversei longamente com um juiz federal que atua em Mato Grosso do Sul, especializado em crimes financeiros e lavagem de dinheiro. E ele fez elogios tanto ao delegado Protógenes Queiroz quanto ao juiz De Sanctis. Estou falando de um juiz com 22 anos de experiência.
Ele sugeriu que o caso Daniel Dantas é simbólico do avanço do crime organizado sobre as instituições do estado brasileiro.
É verdade. Vejam só como são as coisas: os crimes do banqueiro passaram para o segundo plano.
A mídia corporativa já batiza de "Grampolândia" a cobertura da Satiagraha. Quem são as vítimas da Grampolândia? Supostamente, o presidente do STF, Daniel Dantas e sua turma.
No caso do mensalão, os acusados são definidos como quadrilheiros.
Mas Dantas, não. Merece tratamento VIP.
Notem as manchetes que reproduzo acima. Duas das quatro trazem acusações a Protógenes. E três das quatro poderiam ter sido produzidas pela assessoria de imprensa do banqueiro.
Eu nunca vi o advogado de um acusado obter tanto espaço na mídia quanto o Nélio Machado. Se alguém se der ao trabalho de calcular a centimetragem vai descobrir que se trata de um recorde.
De qualquer maneira, saí do encontro certo de que a rede de apoio ao juiz De Sanctis é muito mais ampla do que faz parecer o noticiário. Além disso, nunca uma fatia tão grande do público leitor pode se debruçar desta forma sobre o comportamento da mídia corporativa. É uma verdadeira autópsia.
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