O que tinha que fazer, o governo brasileiro já fez para segurar a economia no próximo ano. Esbarrou na demora das medidas para chegar à ponta.
Há certo consenso, ainda meio vago, de que a economia poderá começar a se recuperar a partir de março. Só que o ritmo da recuperação dependerá do que ocorrer em janeiro e fevereiro.
Se não houve uma reversão do pessimismo, haverá levas de desemprego nesse período, que dificultará bastante a recuperação posterior.
A bala que o governo tem no tambor é a taxa Selic. E não basta apenas um corte de 0,25. Para ter impacto, teria que ser no mínimo de meio ponto percentual.
Não há nada que justifique segurar as taxas. A inflação está desabando, o risco maior é de queda da atividade econômica, deflação e até recessão brava pela frente.
Por Andre Araujo
A menos que recupere o controle da politica monetaria, o Governo não terá sucesso. A autonomia do Banco Central é um artificio histórico usado por Governos para proteger a Autoridade Monetaria de pressões dos agentes economicos , sindicatos, Congresso, empresariado, politicos regionais, funcionalismo, de reinvidicações sociais etc.
Mas a autonomia não existe contra os objetivos do proprio Governo. O Governo é legitimo porque é eleito, os dirigentes do BC tem um poder derivado, não são eleitos, a tese da autonomia é apenas uma cobertura, não é real.
Se o Banco Central bate de frente contra o Governo, não há nenhuma autonomia que garanta o BC, em qualquer País. Nos EUA, onde a autonomia do Fed é teoricamente dada pelo Congresso, em duas ocaisões o Presidente dos EUA forçou e conseguiu sem dificuldade a demissão do Chairman do Fed, por este ter se colocado contra a politica economica do Governo, em 1933 quando Ehgene Mayer pediu demissão com ainda 4 anos de mandato pela frente, por não se ajustar à politica do New Deal e em 1958, quando Thomas McCabe se desentendeu com o Secretario do Tesouro do Governo Eisenhower e pediu demissão.
Banco Central autonomo só existe em livro acadêmico de economia, na vida real é uma ficção por uma razão simples: entre o Presidente da Republica e o Presidente do Banco Central, não é o Presidente da Republica que vai pedir demissão.
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