O Jornal Nacional de sábado, 27 de dezembro, tinha a cara do Ali Kamel. Abriu com uma "reportagem" que tinha o objetivo de dar pernas ao protesto da oposição contra as decisões do governo Lula em relação ao Fundo Soberano. E, em seguida, apresentou o ataque de Israel à faixa de Gaza como única forma de lidar com o terror a que os israelenses são submetidos pelos palestinos. O texto é Ali Kamel clássico. Notem que há justificativas para cada ação de Israel:
O ataque foi com aviões F-16 de última geração, apresentado recentemente à imprensa internacional. Eles dispararam algumas dezenas de mísseis contra a Faixa de Gaza. Segundo o governo israelense, buscando apenas alvos ligados ao Hamas: campos de treinamento, depósitos de armas, fábricas de foguetes. Mas a população civil, numa região densamente povoada, também foi atingida.
O cessar-fogo de seis meses estabelecido entre Israel e o Hamas, em junho, começou a ser quebrado em novembro. Israel disse ter localizado um túnel que estaria sendo escavado junto à fronteira para permitir o seqüestro de soldados israelenses e atacou matando palestinos.
O lançamento de foguetes e morteiros contra Israel foi imediatamente retomado. Os palestinos lançaram 80 só na véspera de Natal, mas até este sábado, eles não haviam causado nenhuma morte em território israelense. Já a ofensiva de Israel, decidida dias atrás, foi devastadora.
“Esperamos a compreensão da comunidade internacional. Essa ação foi nossa única alternativa para defender o povo israelense”, declarou a Ministra de Relações Exteriores, Tzipi Livni.
Governos de vários países pediram que Israel evite atingir a população civil de Gaza, já que a operação, conforme anunciado, vai continuar. No outro território palestino, a Cisjordânia, houve protestos e choques com tropas israelenses que controlam a região.
O Hamas convocou todas as facções palestinas para preparar a vingança. Antes mesmo do ataque deste sábado, autoridades israelenses já diziam que os palestinos estariam para retomar ataques suicidas contra Israel. O que agora parece muito mais provável.
A última grande onda de violência entre palestinos e israelenses aconteceu em março. Na troca de foguetes e mísseis, perto de 120 palestinos foram mortos na Faixa de Gaza. Na seqüência, Jerusalém foi palco de dois atentados: um palestino matou a tiros oito estudantes judeus numa escola religiosa. Depois, o operador de uma retroescavadeira causou pânico e mais mortes no Centro da cidade.
Neste sábado, pela primeira vez, um foguete palestino atingiu um alvo a 20 quilômetros de distância e matou um israelense. Em Israel, olhos atentos junto à fronteira e a paisagem da vizinha cidade de Ashkelon são o retrato do medo.
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