"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, março 25, 2010

Barbosa pode levar tanto chumbo quanto de Sanctis. Audácia, mais audácia, sempre a audácia

Conversa Afiada - 24/março/2010 17:40

Era uma vez, um sabiá que se encontrou com um canário no alto do manacá-da-serra

Era uma vez um sabiá que se encontrou com um canário no alto do manacá-da-serra

Uma fábula tropical.

Conversei com meu velho amigo Justiniano, o Grande, que, um dia, meditou sobre o futuro de Gilmar Dantas (*).

(Clique aqui para ler “Como Gilmar desmoralizou a Suprema Corte americana” ).

O tema em pauta foi a extravagante notícia do Estadão da província de São Paulo sobre a tentativa de Marcos Valério de considerar o Ministro Joaquim Barbosa “suspeito” para julgar o mensalão dos tucanos de Minas.

(Clique aqui para ler “Estadão sob ‘censura’ censura capangas de Gilmar” )

- Não é esquisito aparecer, assim, de uma hora para outra, uma tentativa de afastar o Joaquim Barbosa de um julgamento que está nas mãos dele há tanto tempo ?

- Esquisito, por quê ?, perguntou o Grande Imperador.

- Ora, respondi. Barbosa é o relator desde o tempo do chamado mensalão do PT. Por que ele pode julgar o do PT e não pode julgar o de Minas ?

- Porque no de Minas se chega mais rápido ao Daniel Dantas ?

- Êpa, Daniel Dantas de novo ?

- Sim, sempre. Você não viu o que ele e o Rezek fizeram ?

(Clique aqui para ler “Carta Capital prova que Rezek mentiu ao dizer que podia ser árbitro de Dantas” ).

- Quer dizer que pode ser o Dantas quem está por trás do Marcos Valério ?

- Ué, se ele botava dinheiro no valerioduto, pode estar atrás e na frente, disse com um sorriso Justiniano, o Grande.

- Bom, de fato, o Daniel Dantas tem a mania de invocar a suspeição de juízes para poder escolher juízes que o absolvam.

(Clique aqui para ler sobre o “Cerco de Dantas a De Sanctis para escolher o juiz que vai julgá-lo” ).

- Então, qual a novidade ?, perguntou Justiniano I.

- E o Gilmar com tudo isso ?, perguntei perplexo.

- Quem foi que perseguiu o de Sanctis ?

- O Gilmar.

- Imagine então uma cena bucólica. Um vale de morros suaves. Um domingo de sol.

- O que é isso, uma écloga ?, perguntei.

- Quase. Imagine um sabiá-laranjeira fugir da gaiola do Daniel Dantas para se encontrar no alto de um manacá-da-serra com um canário-da-terra que fugiu da gaiola do Gilmar Dantas (*).

- Um Éden tropical.

- Exato.

- E, daí, o que acontece no alto do manacá-da-serra ?

- De que o sabiá-laranjeira e o canário-da-terra tratariam ?

- Não haveria ser de alpiste.

- Claro que não !

- De que, então ?

- Do Joaquim Barbosa. E como impedí-lo de julgar o Dantas, no mensalão.

- Mas, seria muita audácia !

- Audácia, mais audácia, sempre a audácia.

- E pode dar certo ?

- Não sei, respondeu Justiniano.

- Bom, com o de Sanctis, o Dantas conseguiu paralisar a Satiagraha no STJ, mas, depois, o próprio STJ devolveu a Satiagraha ao de Sanctis.

(Clique aqui para ler “Caneta volta às mãos De Sanctis na Satiagraha” ).

- Devolveu em boa parte. A outra parte, mais suculenta, ainda depende de uma decisão do Tribunal Federal Regional de São Paulo.

- E o pessoal do PT não vai reagir, não vai ficar indignado com uma coisa dessas ?

- Mas, como caro amigo, se muita gente boa do PT sobe no manacá-da-serra …

- E gosta ?

- Muito.

- Quer dizer que podem “impedir” o Joaquim” ?

- Podem até encontrar uma solução bem brasileira.

- Qual ?

- O Joaquim pode julgar todo o mensalão, menos o Dantas.

- Aí, Grande Imperador, desculpe, mas é como diz o Conversa Afiada: Viva o Brasil !

Pano rápido sobre o vale de morros suaves e fim da fábula

Paulo Henrique Amorim

Clique aqui para ler: Carta Capital demite Resek.

(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista (**) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista (**) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(***)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

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