Este é o título de artigo publicado por Thomaz Wood Jr. na Carta Capital de 03 de março. Gostaria de ter escrito algo antes sobre o mesmo, mas o tempo anda complicado e como não vejo perspectiva de melhora vou escrevê-lo agora, correndo o risco de não ficar da forma que eu desejo.
Thomaz Wood Jr. descreve com maestria um dos sérios problemas da nossa época que é o tempo excessivo que as crianças e adolescentes perdem na frente de videos games e televisão.
Apesar de vários estudos apontarem que a geração "tecnológica" teria melhores condições de resolver problemas e situações com maior desenvoltura. O que minha experiência como professor tem mostrado é uma realidade diferente.
Esse novo aluno que chega às escolas tem grande dificuldade de leitura (não ligado à alfabetização) exatamente por estar acostumado ao imediatismo do mundo virtual. Também tem dificuldades de fazer e lidar com conexões de assuntos, mais uma vez provavelmente esta deve ter ligação direta com o imediatismo a que estão acostumados.
Lembrando-nos de nossas próprias infâncias e adolescências (no caso principalmente a adolescência para quem está na minha faixa de idade), sabemos que o imediatismo é bem típico dessa fase da vida, assim como na adolescência o crescimento do fator contestador. Essas duas situações ampliadas por uma vida em frente a um monitor que em nada interage (apesar dos jogos serem "interativos") contribui para a produção de universitários que pouco lêem, e que provavelmente ficarão restritos à livros técnicos específicos de suas áreas.
O novo modelo de divisão social do trabalho em que os pais ficam fora todo o dia devido às necessidades de ganho de renda auxiliam nessa problemática. Sem o acompanhamento dos que promove um esgarçamento das relações familiares, o jovem toma para si uma série de decisões como por exemplo o tempo que pode ficar realizando suas atividades interativas". Como os pais são invadidos por um sentimento de culpa devido à pouca atenção que são obrigados a dar aos filhos, geralmente tornam-se permissivos com relação ao tempo que as crianças e adolescentes dedicam ao mundo virtual.
Não quero que pensem que sou antivirtual, simplesmente não concordo com todo esse tempo destinado a essas atividades por parte das crianças e adolescentes. Eles não tem o senso crítico necessário para separar os momentos de estudo e leitura do de diversão, sendo este o mais privilegiado.
Há uma grande discussão no seio das instituições de educação sobre o repasse da educação (formal e informal) para a escola por parte dos pais. Outro dia uma doutora da USP falou sobre essa resistência por parte das escolas afirmando que não deve existir tal resistência, e que essa é a realidade que aí está.
Particularmente não concordo com essa linha de raciocínio. Não quero que meus filhos sejam educados pela escola. Não sei que valores serão repassados e como serão repassados. Pode-se argumentar que para isso existe a análise da proposta pedagógica da escola. Bom, papel aceita tudo. Se eu escrever que o inferno é lindo, o papel aceita. Então torna-se essencial a visita à escola (uma visita em nada ajuda), e aí eu pergunto aonde pais que passam o dia trabalhando vão conseguir tempo para ir várias vezes à escola pretendida e acompanhar o real desenvolvimento das atividades pedagógicas.
Mais uma vez podemos argumentar que pegar informações de amigos é vital, mas nem sempre o que serve para meu amigo, serve para mim. Será que temos os mesmos objetivos de formação de valores? Será a flexibilidade de cada um em relação ao tipo de educação é a mesma? Creio que a resposta para as duas perguntas é não.
Para mim quem defende a assunção da escola dessas atividades educacionais está partindo para o lado mais fácil e prático que é repassar o problema para o sistema de educação formal, quando na realidade deveria-se repensar o modelo social e provocar uma mudança desse modelo.
Sei que é dificil reconhecer que a entrada da mulher no mercado de trabalho foi um dano terrível para as relações familiares. Pior ainda é reconhecer que não é um ganho do movimento feminista e sim uma jogada empresarial para ampliar seus lucros como já publiquei a pouco tempo aqui no blog.
Se essa é a nossa realidade, ao invés de nos adaptar da pior forma, não seria melhor tentar mudar essa realidade?
Não tenho todas as respostas, mas não concordo com o que vejo e com o que está acontecendo em termos de políticas educacionais, trabalhistas e públicas em relação a esse assunto.
Thomaz Wood Jr. descreve com maestria um dos sérios problemas da nossa época que é o tempo excessivo que as crianças e adolescentes perdem na frente de videos games e televisão.
Apesar de vários estudos apontarem que a geração "tecnológica" teria melhores condições de resolver problemas e situações com maior desenvoltura. O que minha experiência como professor tem mostrado é uma realidade diferente.
Esse novo aluno que chega às escolas tem grande dificuldade de leitura (não ligado à alfabetização) exatamente por estar acostumado ao imediatismo do mundo virtual. Também tem dificuldades de fazer e lidar com conexões de assuntos, mais uma vez provavelmente esta deve ter ligação direta com o imediatismo a que estão acostumados.
Lembrando-nos de nossas próprias infâncias e adolescências (no caso principalmente a adolescência para quem está na minha faixa de idade), sabemos que o imediatismo é bem típico dessa fase da vida, assim como na adolescência o crescimento do fator contestador. Essas duas situações ampliadas por uma vida em frente a um monitor que em nada interage (apesar dos jogos serem "interativos") contribui para a produção de universitários que pouco lêem, e que provavelmente ficarão restritos à livros técnicos específicos de suas áreas.
O novo modelo de divisão social do trabalho em que os pais ficam fora todo o dia devido às necessidades de ganho de renda auxiliam nessa problemática. Sem o acompanhamento dos que promove um esgarçamento das relações familiares, o jovem toma para si uma série de decisões como por exemplo o tempo que pode ficar realizando suas atividades interativas". Como os pais são invadidos por um sentimento de culpa devido à pouca atenção que são obrigados a dar aos filhos, geralmente tornam-se permissivos com relação ao tempo que as crianças e adolescentes dedicam ao mundo virtual.
Não quero que pensem que sou antivirtual, simplesmente não concordo com todo esse tempo destinado a essas atividades por parte das crianças e adolescentes. Eles não tem o senso crítico necessário para separar os momentos de estudo e leitura do de diversão, sendo este o mais privilegiado.
Há uma grande discussão no seio das instituições de educação sobre o repasse da educação (formal e informal) para a escola por parte dos pais. Outro dia uma doutora da USP falou sobre essa resistência por parte das escolas afirmando que não deve existir tal resistência, e que essa é a realidade que aí está.
Particularmente não concordo com essa linha de raciocínio. Não quero que meus filhos sejam educados pela escola. Não sei que valores serão repassados e como serão repassados. Pode-se argumentar que para isso existe a análise da proposta pedagógica da escola. Bom, papel aceita tudo. Se eu escrever que o inferno é lindo, o papel aceita. Então torna-se essencial a visita à escola (uma visita em nada ajuda), e aí eu pergunto aonde pais que passam o dia trabalhando vão conseguir tempo para ir várias vezes à escola pretendida e acompanhar o real desenvolvimento das atividades pedagógicas.
Mais uma vez podemos argumentar que pegar informações de amigos é vital, mas nem sempre o que serve para meu amigo, serve para mim. Será que temos os mesmos objetivos de formação de valores? Será a flexibilidade de cada um em relação ao tipo de educação é a mesma? Creio que a resposta para as duas perguntas é não.
Para mim quem defende a assunção da escola dessas atividades educacionais está partindo para o lado mais fácil e prático que é repassar o problema para o sistema de educação formal, quando na realidade deveria-se repensar o modelo social e provocar uma mudança desse modelo.
Sei que é dificil reconhecer que a entrada da mulher no mercado de trabalho foi um dano terrível para as relações familiares. Pior ainda é reconhecer que não é um ganho do movimento feminista e sim uma jogada empresarial para ampliar seus lucros como já publiquei a pouco tempo aqui no blog.
Se essa é a nossa realidade, ao invés de nos adaptar da pior forma, não seria melhor tentar mudar essa realidade?
Não tenho todas as respostas, mas não concordo com o que vejo e com o que está acontecendo em termos de políticas educacionais, trabalhistas e públicas em relação a esse assunto.
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