A produção da indústria automobilística voltou a crescer em janeiro, depois de cinco meses em declínio. No mês passado, foram produzidos 186,1 mil veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) no país, quase o dobro, 92,7% mais, que em dezembro.
A reportagem é de Ronaldo D’Ercole e publicada pelo jornal O Globo, 10-02-2009.
E as vendas apontaram leve recuperação, atingindo 197,5 mil unidades, contra 194,5 mil em dezembro, uma alta de 1,5%.
Mas diante dos números de janeiro de 2008 — 255,2 mil veículos fabricados e 215 mil vendidos —, a produção caiu 27,1% e as vendas, 8,1%.
Os dados foram divulgados ontem pela Anfavea, associação que reúne as montadoras no país. Apesar da melhora dos indicadores de desempenho do setor, atribuída às reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e à recuperação da oferta de crédito, a entidade adiou de novo suas projeções para o mercado este ano.
— A redução do IPI teve efeito direto e há uma expectativa de que a recuperação continue, mas ainda é difícil dizer onde vai se estabelecer o novo patamar do mercado — disse o presidente da Anfavea, Jackson Schneider.
Desde novembro, setor já demitiu 5.500 trabalhadores Os primeiros números de fevereiro são positivos: até dia 6, a produção andava a um ritmo de 10,8 mil unidades por dia, e as vendas, de 9,9 mil veículos.
— As vendas estão sendo retomadas, mas não esperamos volumes iguais aos de antes — afirmou Schneider.
A produção do setor atingiu seu auge em julho, com 317,9 mil unidades, e hoje está situada em menos de dois terços daquele número. Com as férias coletivas de fim de ano, que avançaram até a segunda semana do mês em alguns casos, e a recuperação nas vendas, os estoques nas montadoras e concessionárias fecharam janeiro em 193.384 unidades, o equivalente a 31 dias de vendas, após ter chegado a 305 mil unidades em dezembro, ou 56 dias de vendas.
Indagado sobre as filas para comprar alguns modelos, Schneider negou que as montadoras tenham exagerado nos ajustes na linha de produção. Segundo ele, os problemas de desabastecimento são pontuais:
— Não houve pessimismo exagerado, mas sim realismo.
Já o número de empregos nas montadoras registrou em janeiro a terceira queda consecutiva, com a eliminação de 1.858 postos.
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