O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou o tom para criticar o item "Buy American" (comprar produtos americanos) do pacote dos Estados Unidos e cobrou que a maior economia do planeta pratique o livre comércio que sempre impôs aos países pobres.
A reportagem é de Simone Iglesias e Eliane Cantanhêde e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 12-02-2009.
"Imagine se cada país cercar sua fronteira e disser que não vai ter mais nada de estrangeiro, o que vai acontecer? Dizem que peixe morre pela boca. Eles [EUA] pregaram tanto o livre comércio que a única coisa que eu quero é que pratiquem o que falaram, só isso", disse em entrevista no Itamaraty.
O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) se reuniu com assessores da área de comércio para discutir as medidas, ao mesmo tempo em que determinava à área jurídica do ministério que faça dois cruzamentos das medidas: um com as regras da OMC e outro com as exportações brasileiras para os EUA, sobretudo de aço.
A intenção é averiguar quatro situações: 1) se o pacote contrariar normas da OMC e prejudicar o Brasil, o país poderá questioná-lo na OMC; 2) se estiver de acordo com a OMC mas em desacordo com o país, poderá gerar protestos diplomáticos; 3) se agredir a OMC, mas não o Brasil, o país poderá entrar como "terceira parte interessada" para observar eventuais processos; 4) se as medidas estiverem em consonância com a OMC e forem inofensivas para o Brasil, a intenção do Planalto é se posicionar contra a "ideologia do nacionalismo".
A crítica de Lula foi estendida, mas de modo menos provocativo, à presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por medidas que também apontam para uma proteção ao mercado.
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