"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Raízes da crise

Blog do Luis Nassif - 13/02/09

Por Roberto São Paulo/SP

REVISTA DO BNDES, RIO DE JANEIRO, V. 15, N. 30, P. 129-159, DEZ. 2008

Analisando a Crise do Subprime/GILBERTO RODRIGUES BORÇA JUNIOR
ERNANI TEIXEIRA TORRES FILHO/Economistas do BNDES

………..3. O Papel das Instituições Privadas nos Empréstimos Subprime

A Figura 1 mostra, de forma estilizada, a engenharia financeira montada pelas instituições financeiras privadas para o repasse desses créditos securitizados a terceiros no mercado de capitais. Os segmentos em tom mais claro resumem a operação original, seja do financiamento imobiliário ou da venda direta de títulos aos investidores, enquanto os segmentos em tom mais escuro mostram os passos seguintes, nos quais são utilizados derivativos de crédito. Em outras palavras, isso significava que eram emitidos novos títulos de dívida cujos valores derivavam de outros títulos, baseados nas hipotecas subprime…..

………..Na posição final, estava a tranche senior do tipo AAA. Seus detentores só teriam prejuízos caso todos os demais cotistas tivessem sofrido perdas integrais. Trata-se, portanto, de uma classe de investimento extremamente segura, mas que, por isso mesmo, proporcionava um ganho pequeno em relação ao que era pago aos demais investidores…………….

………O caso das tranches de risco médio está retratado na Figura 1 pelos retângulos de tom intermediário. Essas cotas eram transferidas a um fundo CDO, junto com outros títulos de dívida, como recebíveis de cartões de créditos, recebíveis de financiamentos a automóveis, empréstimos estudantis (students loans) e, até mesmo, outros investimentos imobiliários…………..

………….Resolvido o custo de captação dos créditos classificáveis pelas agências, restava ainda o que fazer com a tranche de pior risco – o toxic waste………..

……..A saída encontrada foi a criação de empresas de investimentos estruturados – as SIVs – cujo único propósito era emitir títulos de curto prazo lastreados nas hipotecas – asset backed commercial papers –, usados, nos EUA, para remunerar aplicações de caixa de empresas,

A maior dificuldade nesse tipo de estruturação era que os commercial papers possuíam maturidade curta, de três ou seis meses, enquanto os ativos que as SIVs mantinham em carteira, lastreados nos fluxos de pagamentos futuros dos financiamentos imobiliários, eram de até trinta anos……………

O artigo completo em PDF no site do BNDES apresenta todos os gráficos.

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