Cerca de dois mil trabalhadores calçadistas foram demitidos no Rio Grande do Sul desde novembro passado, quando estourou a crise financeira mundial. A cidade mais atingida foi Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, que concentrou em torno de 1,5 mil demissões. Embora os desligamentos do setor tenham sido menores do que em anos anteriores, como em 2005 quando atingiu 22 mil trabalhadores, a situação é de cautela.
A reportagem é de Raquel Casiraghi e publicada pela Agência de Notícias Chasque, 13-02-2009.
O sapateiro e diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Batista Xavier, avalia que as empresas não têm motivo para ampliar as demissões, já que o câmbio atual favorece a exportação. Em relação ao mercado interno, as medidas tomadas pelo governo federal favoreceram o setor.
"O grande debate que sempre deu no nosso ramo é o dólar. Mas se pegar o dólar do mês de outubro para cá, ele oscilou entre R$ 2,40 e R$ 2,20. Outra medição que a gente sempre tem é a Couromoda, que foi em Janeiro, e que teve vendas muito boas", afirma.
A indústria calçadista gaúcha atua de forma inversa do que no restante do país. Dos 725 mi de pares de sapato produzidos em média ao ano no Brasil, apenas 30% é para exportação. Já no Rio Grande do Sul, 60% da produção é para venda externa. Xavier afirma que, apesar do setor calçadista ser frágil no estado já que é suscetível ao câmbio, a crise mundial não deve ser tão prejudicial quanto ao metal-mecânico.
Desde outubro, 10 mil gaúchos já foram demitidos devido à crise. Os metalúrgicos são os mais afetados, contabilizando mais de 7 mil desempregados.
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