“Imaginem um entardecer no Quênia, com um filhote de rinoceronte em primeiro plano e ao fundo uma usina geotérmica que produz a décima parte da energia consumida pelo Quênia. Não é um sonho. Estive ali há uma semana”, diz Achim Steiner, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A reportagem está publicada no jornal espanhol El País, 10-12-2008. A tradução é do Cepat.
Steiner apresentou em Poznan, Polônia, o projeto que está sendo desenvolvido pela ONU para aproveitar a falha tectônica do Vale do Rift, no leste da África, e abastecer, graças ao vapor do subsolo, seis países: Djibuti, Eritréia, Etiópia, Quênia, Tanzânia, Moçambique e Uganda.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) apresentou na Conferência do Clima de Poznan suas últimas explorações sobre a falha tectônica. “Completamos as provas utilizando avançadas técnicas sísmicas e de exploração e supera todas as expectativas”, afirma o PNUMA, que espera conseguir em 2009 financiamento para o projeto.
Atualmente, estão instalados cerca de 200 megawatts de energia geotérmica nos 7.000 quilômetros da falha tectônica do Vale do Rift. Mas o potencial é 35 vezes maior.
“A Islândia se abastece em mais de 90% com esta fonte de energia. E os produtores de alumínio mudaram-se dali, algo que não fariam se fosse uma fonte cara de energia”, assinalou Steiner. “A energia geotérmica está crescendo em todo o mundo. Se em 2000 havia 20 países que a utilizavam, a previsão é que, em 2050, sejam cerca de 50 Estados”, explicou Monique Barbut, diretora do Fundo Mundial Ambiental.
Espero que a conta da instalação dessa tecnologia tão bela estimulada pela ONU não recaia sobre os governos africanos, que mal tem como sustentar sua população.
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