Com tantos interesses em jogo, de lado a lado, o episódio da reserva Raposa Serra do Sol, não permitia uma discussão mais fria sobre um velho tema central dos indigenistas: é possível preservar os índios em uma redoma ou o ideal é o aculturamento controlado, que garanta seus direitos e os permita preservar parte de sua cultura, mas integrados à vida do país?
Confesso que sempre fui mais simpático à segunda hipótese, como sou à tese da exploração controlada e racional da Amazônia, como era da exploração racional do litoral norte paulista.
O caso do litoral é significativo. Houve uma luta duríssima de procuradores da Baixada e ambientalistas contra projetos de exploração racional. Mas não se cuidou das áreas não exploradas, que acabaram se degradando, vitimadas pela exploração predatória. O resultado final foi um desastre onde se pretendia natureza pura.
O mesmo se ouve falar sobre as tribos supostamente isoladas, vítimas de invasão de garimpeiros e da absoluta incapacidade do poder público de fiscalizar grandes extensões do Brasil profundo.
A exploração racional tem várias vantagens. Há uma empresa, com CNPJ, co-responsável por metas previamente acordadas com o agente concedente e com muito mais condições de fiscalizar – já que poderá ser responsabilizada civil e penalmente.
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