Em sua coluna de hoje, na Folha, Clóvia Rossi liquida com qualquer pretensão de união dos BRICs (os quatro grandes emergentes).
A razão? É que todos são feios, sujos e malvados:
Razão 1 - Outro dia, (Jim) O'Neill (sujeito que apenas criou a expressão BRICs) admitiu ter se equivocado ao fazer outra previsão, a de que haveria o famoso "decoupling" (descasamento) entre os países ricos e os emergentes na crise global. Ora, se foi incapaz de enxergar o que aconteceria meses à frente, quem pode levar a sério uma previsão sua feita para 20 anos à frente, já que o termo Bric foi cunhado em 2001? É uma imensa bobagem achar que há alguma comunhão entre os quatro países só porque uma entidade financeira com interesses em todos eles viu numa bola de cristal embaçada um grande futuro para o grupo.
Em vez de levar em conta que O’Neill batizou o fenômeno, Rossi considera que, batizando-o, O’Neil na verdade criou o fenômeno. E, como ele errou sobre o descolamento, logo o fenômeno não existe.
Razão 2 – A Índia tem “Violência sectária, conflitos de fronteira, atentados terroristas e assassinatos de políticos marcam os 51 anos de história da Índia independente".
Razão 3 - A Rússia é uma ditadura com verniz democrático leve e um ambiente de negócios em que só prosperam os incondicionais do Kremlin.
Razão 4 - A China é uma ditadura. Ponto.
E os EUA? Tem Guantanamo e o Iraque. A Inglaterra? Tem um passado colonialista feroz. A França e a Espanha? Estão contra os imigrantes. A Alemanha? Esqueceram-se do nazismo?
Logo... Aguardaremos a volta do Rei Arthur e do Reino da Távola Redonda para pensar em qualquer ação diplomática afirmativa.
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