Polícia Federal obteve autorização para fazer interceptação telefônica e apurar o grampo sem áudio de Gilmar Mendes – e isso pode ter manchado a Constituição
Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 2112
. O inquérito da Polícia Federal de número 2008.34.00.031291-7 apura quem fez o grampo da conversa entre o Supremo Presidente Gilmar Mendes e o Senador Demóstenes Torres.
. Os responsáveis pelo inquérito são os delegados Rômulo Berredo e William Murad.
. É aquele grampo ainda sem áudio, uma contribuição brasileira à tecnologia universal, um grampo telefônico sem áudio.
. (A Veja, que denunciou a existência do grampo sem audio, receberá, por isso, nos Estados Unidos, com discurso de Robert(o) Civita, em inglês, o “Prêmio Thomas Edison de Contribuição à Ciência Universal” !)
. É aquele grampo que provocou a queda do ínclito delegado Paulo Lacerda, quando o Presidente que tem medo, o Presidente Lula, foi chamado “às falas” pelo Presidente Supremo Gilmar Mendes, e o ministro serrista Nelson Jobim plantou a prova definitiva do grampo da ABIN: uma babá eletrônica.
. É um grampo telefônico que se materializa na imprensa escrita …
. É o Brasil, caro leitor …
. Os responsáveis por esse inquérito pediram à Justiça que autorizasse ações de busca e apreensão e interceptação telefônica.
. A Justiça indeferiu o pedido de busca e apreensão.
. E deferiu o pedido de interceptação telefônica.
. Agora, acompanhe o raciocínio que se segue, caro leitor.
. O Delegado Amaro comanda outra investigação.
. É aquela da Corregedoria da Polícia Federal com o objetivo de prender o ínclito delegado Protogenes Queiroz, com a desculpa de que ele vazou informações da “Operação Satiagraha”.
. O delegado Ricardo Saadi vaza mais informações sobre a investigação dele do que penico de asilo – e o delegado Amaro e a Corregedoria não se preocupam com isso.
. É o Brasil, caro leitor.
. O negócio do delegado Amaro deve ser pegar o Protógenes e fazer pequeno favor ao Daniel Dantas e ao Governo Lula.
. Vamos supor – isso não passa de uma suposição, caro leitor – que a interceptação feita pelos delegados Berredo e Murad sirvam à nobre causa do delegado Amaro.
. E os delegados Berredo e Murad façam o grampo dos jornalistas em que o delegado Amaro está de olho.
. O delegado Amaro deve querer saber se Cesar Tralli, da Globo; Rubens Valente, da Folha; Fausto Macedo, do Estadão; Rubens Glasberg, da Teletime; e este locutor que vos fala conversam com o delegado Protógenes.
. Mas, como os jornalistas, segundo uma Constituição que o Supremo Presidente Gilmar Mendes e o ministro serrista Nelson Jobim re-escrevem quando lhes dá na telha, são protegidos pelo direito de preservar a fonte, o que o delegado Amaro quer mesmo é saber quem tem e como obteve as fotos de um jantar no restaurante Original Shunji em Brasil.
. São seis fotos, bastante nítidas.
. Aparece em mangas de camisa, muito elegante, por sinal, o advogado Nelio Machado, advogado da famiglia Castor de Andrade e da famiglia Dantas.
. Machado está na companhia de um conhecido advogado de Brasília, com sabidas ligações de afinidade intelectual e espiritual com o Supremo Presidente Gilmar Mendes.
. E há um terceiro personagem na conversa (ou melhor, nas 6 fotos).
. O Conversa Afiada tem uma hipótese: este terceiro personagem é o Michael Phelps (*), que já esteve na porta do espião israelense Avner Shmesh, que me espionou a soldo de Daniel Dantas.
. Na Operação Satiagraha, quando a ministra Dilma Rousseff dá o OK à patranha da “BrOi” e o “Gomes” exulta e dá a maravilhosa notícia a Daniel Dantas, Dantas manda agradecer a este conhecido advogado de Brasília …
. O que o Conversa Afiada pretende agora oferecer à especulação do amigo leitor é a possibilidade de a decisão de Justiça para uma investigação tenha sido usada para espionar jornalistas, em busca de seis fotos que eventualmente comprometam o Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Mendes, ou amigos do Supremo Presidente do Supremo…
. Esse encontro edificante no Original Shunji foi ANTES de o Presidente Supremo Gilmar Mendes dar dois HCs a Dantas, em 48 horas, feito que se inscreveu, desde já, no Livro dos Records …
. Ao mesmo em tempo em que se deve ter realizado a interceptação do Tralli, entre outros, o Ministro da Justiça Abelardo Jurema, o ministro serrista Nelson Jobim, o Presidente que tem medo e o Supremo Presidente começaram a falar em censurar a imprensa …
(*) No inquérito da Kroll, em que Dantas é acusado de espionar inimigos, jornalistas, ministros de Estado e empresários concorrentes, a Policia Federal, que o acusou por “formação de quadrilha”, filmou o Carlinhos Rodemburg (aquele que é amigo do Ministro serrista Nelson Jobim, do Senador Heráclito Fortes, e do Delúbio Soares, que o chamava de “Dr” Carlinhos) ao entrar na casa de Avner Schmesh. A Desembargadora Cecília Melo, que tem sido sempre muito gentil e atenciosa quando julga as causas de Dantas, considerou que aquele da imagem não era do “Dr” Carlinhos. Mesmo depois de o suposto “Dr” Carlinhos ter dito que tinha sido coagido e não, não era ele na imagem, apesar de ter dito isso num primeiro interrogatório. Perplexo, eu, Paulo Henrique Amorim, pedi ao deputado serrista Marcelo Itagiba, presidente da CPI dos Amigos de Dantas, também conhecida como CPI dos Grampos, que perguntasse a Shmesh, ao depor, se aquele que aparecia na imagem era, na verdade, Michael Phelps. O deputado não só fez a pergunta, como Shmesh deu essa resposta inacreditável: não, aquele não é Michael Phelps. É o Brasil caro leitor …
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