. No dia 21 de abril, em Ouro Preto, o governador de Minas, Aécio Neves, fará um pronunciamento que pode se transformar no ponto de partida de sua campanha à Presidência.
. Em 2009, faz 220 anos da Revolução Francesa.
. Em 2009, faz 220 anos da Conjuração Mineira.
. Os mineiros se lembram de que a Conjuração Mineira, também filha do Iluminismo, se deflagrou em março de 1789.
. E a convocação dos Estados Gerais para Versailles, que marcou o início da Revolução Francesa, foi em maio de 1789.
. Antes dessa manifestação em Ouro Preto, no dia 16 de março, em Recife, Aécio Neves participará do lançamento do livro de Fernando Lyra sobre Tancredo Neves.
. Quando era deputado do MDB autêntico, um dia Fernando Lyra pediu audiência ao Governador recém-eleito de Minas, Tancredo Neves, e disse que tinha ido ali lançar a candidatura dele a Presidente.
. Tancredo não disse nada.
. E pediu a Fernando que fizesse o mesmo: não dissesse mais nada sobre aquele assunto.
. A certa altura, Tancredo disse a Fernando: vou ser candidato, nas diretas ou nesse tal de colégio.
. E disse que preferia enfrentar o Maluf, aquele paulista arrogante, ao Andreazza.
. Porque o Maluf é bom para perder.
. Mais ou menos o que a Dilma deve dizer agora…
. Fernando acabou articulador político de Tancredo no Congresso e seu Ministro da Justiça (na verdade, de Sarney).
. Sarney o mandou embora por uma frase: Fernando disse que Sarney era “a vanguarda do atraso”.
. E não é ?
. Ao evocar essa companhia, Aécio mostra algumas de suas armas.
. Até agora, na verdade, Aécio não disse por que pretende ser Presidente.
. Aliás, não fica nada a dever a José Serra, que jamais disse qualquer coisa, depois do comício da Central, antes da queda de Jango.
. Serra, provavelmente, anunciará sua candidatura no dia 9 de julho, na rua Barão de Limeira.
. Evocará a grande batalha da Paulicéia, a Revolução “Constitucionalista” de 32.
. Trata-se de uma derrota fragorosa, que o PiG (*) de São Paulo comemora como se fosse a ocupação do prédio do Reichstag pelos soldados soviéticos em 1945.
. O discurso de Serra será escrito por Elio Gaspari.
. Terá uma longa exposição sobre a política cambial que adotará: aquela que prejudica as importações de produtos que possam competir com a indústria paulista; e encoraja a exportação de produtos paulistas.
. Com a ajuda de Kenneth Maxwell, demonstrará que a Conjuração Mineira não passou de um convescote de “radical chics”, que se reuniam na casa de Leonard Bernstein.
. Enquanto isso, à platéia serão distribuídos exemplares apócrifos de dossiês sobre a vida pessoal de Aécio Neves, redigidos por Mauro Chaves e produzidos pela central editorial de Marcelo Itagiba (veja também como Mauro Chaves é a prova do desnorteamento de Serra).
. E o Datafolha publicará naquela manhã uma pesquisa definitiva: Serra se elege no primeiro, no segundo e no terceiro turno.
. De qualquer eleição.
. Depois, Serra e Aécio sairão em caravana pelo país.
. Aécio falará de seu Governo em Minas.
. Serra contará o que fez na Prefeitura de São Paulo – de onde jurou não sair - e em dois anos de Governo de São Paulo: nada.
. Um ao lado do outro, juntos, no palanque.
. Os dois a sorrir para a platéia.
. Serra mostrará aquela gengiva interminável.
. Em quem as mulheres vão querer votar ? – se pergunta um amigo navegante, amigo do Conversa Afiada, que acompanha a carreira de Serra desde o exílio.
. Como diria Tancredo Neves: “esse pessoal (os paulistas) tem tudo. Menos inteligência política”.
Paulo Henrique Amorim
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