Estudo mostra que emissoras veiculam apenas 10% de programação regional
As emissoras de televisão brasileiras reservam em média 10,83% do tempo de suas grades para programas locais. Esta é a principal conclusão do estudo “Produção Regional na TV Aberta Brasileira”, realizado pelo Observatório do Direito à Comunicação, portal mantido pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social (www.direitoacomunicacao.org.br).
A pesquisa analisou as programações de 58 emissoras em 11 capitais das cinco regiões brasileiras. Seus resultados revelam a disparidade entre as televisões públicas e privadas. Enquanto as primeiras reservam, em média, 25,5% de sua grade para conteúdos realizados em suas cidades, as redes comerciais ficam abaixo da média nacional, com índice de 9,14%.
Entre estas, o melhor desempenho qualificado foi o da Rede Record, com média de 11,2% de produções locais. A RedeTV! apresentou índice levemente maior, de 12,2%, mas pelo número reduzido de TVs analisadas ligadas ao grupo, o estudo conclui por atribuir o melhor desempenho à rede de Edir Macedo.
As redes SBT e Bandeirantes tiveram índices abaixo da média nacional, registrando índices de 8,6% e 8,56%, respectivamente. Um destaque negativo verificado pelo estudo é o baixíssimo índice da mais poderosa organização de televisão do país, a Rede Globo, que teve média de 7% de programas regionais.
A pesquisa também fez uma análise dos conteúdos locais por gêneros. Dentre os diversos tipos de conteúdo veiculados pelas TV os programas jornalísticos têm maior presença, somando 464 horas e 7 minutos. O segundo gênero com maior presença é o entretenimento, com 79 horas e 10 minutos, seguido pelos programas esportivos, com 74 horas e 51 minutos, e pelos culturais, que totalizam 74 horas e 40 minutos.
No recorte regional, o estudo identificou melhor desempenho do Sul e do Centro-Oeste, com médias de 13,92% e 11,66%, respectivamente. O Sudeste, maior mercado publicitário do país, e o Nordeste, conhecido pela riqueza de suas manifestações culturais, ficaram nas últimas posições, com índices respectivos de 9,8% e 9,19%.
O estudo está acessível na Biblioteca do Observatório do Direito à Comunicação. A partir desta terça-feira (3), ele será publicado em uma série de matérias no site, que destacarão suas principais conclusões.
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