A montadora demitirá todos os funcionários colaboradores. A medida, afirma a empresa, não afeta o Brasil.
A reportagem é do jornal O Estado de S.Paulo, 01-03-2009.
A Volkswagen vai cortar em 2009 todos os trabalhadores terceirizados, contratados por agências de emprego. A informação foi dada pelo presidente da empresa, Martin Winterkorn, em entrevista à revista alemã Der Spiegel, que circula hoje.
A subsidiária brasileira informou que o anúncio não afeta o País, porque não há terceirizados na linha de produção. Perguntado sobre quantos seriam os tercerizados ao final de 2009, Winterkorn confirmou que não restaria nenhum empregado subcontratado. Segundo a revista, em dezembro de 2008, eram 16.500 mil trabalhadores com esse tipo de contrato. A resposta do executivo foi direta: "Não empregaremos nenhum. Isso é terrível para as pessoas afetadas. Mas não há outra solução."
A frase de Winterkorn surpreendeu. Até agora, a empresa evitava fazer previsões sobre possíveis cortes. Recentemente, o diretor financeiro da Volks, Hans Dieter Pötsch, advertia que teria de "desligar a maioria" se a conjuntura não reagisse.
Só na Alemanha há perto de 4.500 trabalhadores com contratos terceirizados. O Brasil e os países do Leste Europeu concentram um grande número de temporários, cujos contratos têm prazo de validade. Winterkorn assegurou que, por ora, os empregos fixos não estão ameaçados na Alemanha. "Ninguém na empresa pensa, no momento, em demiti-los ou algo desse tipo."
As vendas da primeira montadora da Europa diminuíram cerca de 15% em janeiro. A empresa prevê para 2009 uma queda de 10%. "Com redução de jornada de trabalho, conseguimos não produzir reservas de carros. Temos uma semana de trabalho de 35 horas que podemos reduzir a até 28 horas. Podemos também limitar a produção e garantir (a manutenção) do pessoal fixo. Para este ano, não vejo nenhum problema", disse à Der Spiegel.
Winterkorn criticou a concorrência. Segundo ele, a Opel (General Motors) não deveria receber ajuda estatal. O Estado não deveria se tornar "uma sociedade de resgate para empresas ameaçadas de quebra". No entanto, ele admitiu ser "legítimo" o governo dar garantias de forma "pontual", mas "só durante um tempo de transição".
A Volkswagen emprega no mundo 330 mil pessoas. No Brasil há terceirizados apenas em áreas de apoio, como segurança e limpeza. Já os temporários passam de 1.600.
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