A redução dos investimentos da papeleira Aracruz Celulose na região de Guaíba (RS), a 27 km de Porto Alegre, já provocou a demissão de pelo menos 1,2 mil trabalhadores em empresas terceirizadas. De acordo com levantamento do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Papel, Papelão e Cortiça do município, apenas em janeiro 600 funcionários perderam seus empregos.
A reportagem é de Raquel Casiraghi e publicada pela Agência de Notícias Chasque, 02-03-2009.
O presidente da entidade, João Caldas, explica que como a Aracruz suspendeu a ampliação da fábrica em Guaíba alegando perdas com a crise financeira, muitos contratos com terceirizadas foram reduzidos ou até mesmo rescindidos, o que refletiu em demissões. A maior parte dos desligamentos ocorreu no plantio de eucalipto. Para o município, argumenta o sindicalista, fica o impacto social e econômico.
"Principalmente em relação aos terceiros, isso tem um impacto violentíssimo em Guaíba. De 10 a 12% da população economicamente ativa do município está ali [no setor] empregada, não tem mais onde trabalhar", conta.
A Aracruz ainda não demitiu empregados diretos, mas outras empresas de médio porte da região já começaram a desligar trabalhadores. A Celupa, fábrica ligada ao grupo Melitta e que produz filtro de papel, já demitiu 42 trabalhadores sem propor qualquer tipo de acordo. Já a Santher, produtora de papel higiênico, negociou com o sindicato uma licença remunerada de 10 dias para os funcionários a ser iniciada no dia 9 de março. Nas duas empresas, a produção é voltada ao mercado interno.
A Aracruz foi uma das primeiras empresas no país a anunciar prejuízo com a crise financeira. No final de 2008 a empresa acumulava perdas de US$ 2,13 bi devido à especulação no mercado financeiro e à queda nas exportações. No entanto, fontes extra-oficiais afirmavam que a quebra poderia ter chegado a US$ 4 bi.
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