resistir info - 04/03/09
No ano passado, o debate sobre quanto tempo a recessão perduraria era entre aqueles da maioria que argumentavam que seria em feitio de V — apenas cerca de oito meses como as de 1990 a 1991 e em 2001 — e aqueles, como eu, que argumentavam que perduraria pelo menos três vezes mais, 24 meses, e teria uma profundidade três vezes maiores que as duas anteriores.
Hoje, entramos no 15º mês. É óbvio que já estamos numa penosa recessão em feitio de U que se tornou global e que perdurará pelo menos até o fim do ano — 24 meses, a mais longa desde a Grande Depressão. Mesmo se o Produto Interno Bruto crescer em 2010, é provável que não suba mais do que 1 por cento. E a esta taxa, com a taxa de desemprego a elevar-se rumo aos 10 por cento, ainda estaremos em grande medida numa recessão.
Mesmo que fossem empreendidas acções políticas agressivas — monetárias e e de estímulo fiscal, limpeza bancária e restauração do crédito, redução da dívida hipotecária para famílias insolventes — a taxa de crescimento não subiria para perto dos 2 por cento até 2011. Assim, esta recessão pode perdurar 36 meses.
E as coisas poderiam ficar pior. Agora enfrentamos uma probabilidade de 1 em 3 de que, se não forem aplicadas políticas adequadas, esta feia recessão em feitio de U pode tornar-se numa mais virulenta quase-depressão em feitio de L ou estag-deflação (uma combinação mortal de estagnação económica e deflação de preços) como aquela experimentada pelo Japão na década de 1990 após o estouro das suas bolhas imobiliárias e de acções.
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