O temor da fiscalização da vigilância sanitária foi um obstáculo decisivo para que os usineiros vetassem a proposta de oferecer a alimentação aos cortadores de cana-de-açúcar.
A reportagem é de Eduardo Scolese e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 14-04-2009.
"Qualquer problema [que houvesse] no alimento [usineiros] seríamos responsabilizados", afirma Renato Cunha, do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco e representante do Fórum Nacional Sucroalcooleiro.
"De qualquer forma, existe um compromisso de avançar para um ambiente de alimentação no campo, com mesas e cadeiras", completa Cunha.
Além de criar uma estrutura para as refeições dos cortadores, os usineiros também estão próximos a incluir na redação final do protocolo uma forma de acondicionamento do alimento dos trabalhadores. Em outras palavras, manter quente a marmita e afastar a qualificação de "bóias-frias".
Piso
Não houve acordo também na proposta dos trabalhadores de criação de um piso salarial nacional.
"A ideia era fixar um piso nacional que pudesse elevar a base do salário e com isso diminuir a carga sobre o pagamento por produção. Acho que essa é a grande derrota que sai desse acordo", afirma Elio Neves, presidente da Feraesp. "Ele [cortador de cana] teria um salário assegurado e, com isso, não teria de se matar de trabalhar", afirma Antonio Lucas, da Contag.
E aí eu me pergunto, que tipo de alimento seria ofertado a esses trabalhadores para causar tal reação?
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