A compra da Brasil Telecom pela empresa de telefonia Oi já provocou a demissão de pelo menos 60 trabalhadores dos setores comercial e de gestão no Rio Grande do Sul. No país, o número de desligamentos beira a mil.
A reportagem é de Raquel Casiraghi e publicada pela Agência de Notícias Chasque, 13-04-2009.
No entanto, trabalhadores do setor temem o aumento das demissões. O diretor do Sindicato dos Telefônicos no estado (Sinttel/RS), Flávio Rodrigues, lembra que estimativas iniciais apontavam uma redução entre 20% e 30% do quadro funcional das empresas com a fusão. No momento em que ocorreu a operação, no final do ano passado, a Telefônica Oi possuía 9 mil empregados e, a Brasil Telecom, 6 mil empregados em todo o país.
"De cara nós fomos contra, até tentamos impedir no Ministério Público, porque fusão é sinônimo de demissão. Uma racionalização de custos com demissões, como eles chamam. Assim como nós achamos que vai vir a prejudicar a população em geral no sentido de reduzir a concorrência. Os idealizadores da privatização [da antiga CRT] diziam que não poderia ocorrer o monopólio público das telecomunicações, mas tudo está caminhando no sentido de haver um monopólio privado do setor", avalia.
O sindicato está em contato com parlamentares federais e com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a fim de evitar mais demissões. Outro temor se refere à possibilidade da Fundação Atlântico, da telefônica Oi, absorver os planos de aposentadoria das Fundações BrTPrev e 14. Os trabalhadores já entraram com mandado de segurança na Justiça para impedir a operação.
"Quando houve a privatização [da CRT], nós entramos com ações na Justiça e garantimos que nada pode ser mudado sem uma negociação para garantir participações nos conselhos, formas de reajuste. Visto que houve uma mudança unilateral sem nenhuma negociação, tememos que possam estar programando decisões no conselho sem a nossa participação, em que decidam até mesmo uma redução na nossa aposentadoria", explica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário