O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, mencionou o Bolsa-Família, criado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2004, como um dos exemplos de programas de transferência de renda para suporte e segurança social. O México, que tem um programa semelhante, denominado Oportunidades, também foi lembrado pelo executivo.
A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 24-04-2009.
Ele disse que esse tipo de programa, com destinação de recursos equivalente a "menos de 1,5% ou 1% do PIB" do país em que é executado, "mostra que se pode fazer verdadeira diferença com programas modestos".
Zoellick disse ainda que o Banco Mundial vai ampliar o financiamento para o Brasil, mas não citou valores específicos. O chefe do Bird afirmou que a América Latina como um todo deve receber US$ 35 bilhões ao longo de dois anos.
Ele reconheceu que o Brasil começou a crise "em posição melhor, pois nos últimos dez anos fez muito para desenvolver reservas internacionais, melhorou produtividade, tem o tipo de programa que mencionei (Bolsa-Família), mas inevitavelmente será também atingido pela crise mundial".
O País, continua o executivo, "tem a vantagem de ter uma economia de dimensão continental, então pode depender mais da demanda doméstica".
No entanto, Zoellick observou que, mesmo com população crescente de renda média, ainda há "muitas pessoas pobres". "E muitos desses pobres têm muito pouco ou nenhum amortecedor (proteção contra a crise)."
Ele comparou os efeitos da crise nos países desenvolvidos, mencionando o fato de que nessas economias a população perde casas e carros. Já quando o choque atinge as economias em desenvolvimento "não há lugar para ir, não tem comida, não tem proteção".
Zoellick concluiu: "Então, esse é um exemplo de onde precisamos trabalhar com as autoridades brasileiras".
De acordo com o presidente do Banco Mundial, o País "tem boas estruturas em ação, mas precisa assegurar que haja os recursos necessários".
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