A crise mundial poderá jogar ou manter na miséria 55 milhões de pessoas - 90 milhões, na pior hipótese -, forçadas a viver com até US$ 1,25 por dia, segundo o Banco Mundial (Bird). A quantidade de pessoas muito pobres deverá aumentar de 37,6 milhões para 40,3 milhões na América Latina e no Caribe, subindo de 6,6%, em 2008, para 7% da população neste ano.
A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 25-04-2009.
Embora o número de pobres deva aumentar na América Latina e no Caribe, a situação geral da região, com 7% de pobres, continuará bem melhor que a de outras áreas emergentes ou em desenvolvimento. A proporção mundial deve ficar em 20,7% este ano - 10,4% no leste da Ásia e no Pacífico, 33,9% no sul da Ásia, 46% na África Subsaariana, 3,3% na Europa e na Ásia Central e 2,5% no Oriente Médio e no norte da África.
ESCASSEZ DE CRÉDITO
Os países emergentes e em desenvolvimento estão sendo afetados pela escassez do crédito internacional, pela diminuição do volume e dos preços das exportações, pela redução do dinheiro remetido por trabalhadores no exterior e pela contração dos investimentos externos.
Em 2008, os migrantes enviaram US$ 306 bilhões para os países emergentes e em desenvolvimento e para os chamados "Estados frágeis". O valor deve cair para US$ 291,4 bilhões em 2009 e US$ 298,7 bilhões em 2010, segundo o relatório. O ingresso líquido de capitais privados para esses países atingiu o pico de US$ 898 bilhões em 2007, diminuiu para US$ 586 bilhões em 2008 e está projetado em US$ 180 bilhões em 2009 - uma queda, portanto, de US$ 718 bilhões em dois anos.
As Metas de Desenvolvimento do Milênio, negociadas na Organização das Nações Unidas (ONU) incluem a redução dos indicadores de pobreza, até 2015, à metade dos observados em 1990. No caso da população abaixo da linha de pobreza extrema (US$ 1,25 por dia), o objetivo é reduzir a proporção de 41,7% para 20,9%.
Pelas últimas projeções, será possível ultrapassar esse resultado e chegar a cerca de 15%, mas a crise retarda esse progresso e, além disso, a evolução dos vários indicadores de condições de vida é desigual.
Com a crise, a mortalidade infantil tende a crescer. Segundo o relatório, do Banco Mundial entre 2009 e 2015 poderá haver em média, por ano, pelo menos 200 mil mortes de crianças a mais do que haveria sem a interrupção abrupta do crescimento econômico. Na pior hipótese, o número poderá chegar a 400 mil.
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