"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sábado, abril 25, 2009

"O sionismo mundial personifica o racismo"

resisitir info - 24/04/09

por Mahmoud Ahmadinejad

Discurso do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, na Conferência de Revisão de Durban sobre o racismo, em Genebra, a 20/Abril/2009.

Clique a imagem para aceder ao s�tio da confer�ncia. Sr. Presidente, respeitável secretário-geral das Nações Unidas, respeitável Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Senhoras e Senhores:

Reunimo-nos na sequência da Conferência de Durban contra o Racismo e a Discriminação Racial a fim de elaborar mecanismos práticos para as nossas campanhas sagradas e humanitárias.

Ao longo dos últimos séculos, a humanidade atravessou grandes dificuldades e sofrimentos. Na Era Medieval, pensadores e cientistas foram sentenciados à morte. Seguiu-se então por um período escravocrata e de tráfico negreiro. Pessoas inocentes foram aprisionadas aos milhões, separadas das suas famílias e seres amados para serem levadas para a Europa e a América sob as piores condições. Um período negro que também conheceu ocupações, saques e massacres de pessoas inocentes.

Muitos anos se passaram antes de nações se levantarem e combaterem pela sua liberdade e elas pagaram um alto preço por isso. Perderam milhões de vidas para expulsar os ocupantes e estabelecer governos independentes e nacionais. Contudo, não levou muito tempo até que ocupantes do poder impusessem duas guerras na Europa, as quais também assolaram uma parte da Ásia e da África. Aquelas guerras horrendas ceifaram cerca de uma centena de milhões de vidas e deixaram atrás de si a devastação maciça. Se as lições das ocupações, horrores e crimes daquelas guerras houvessem sido aprendidas, haveria um raio de esperança para o futuro.

As potências vitoriosas consideram-se conquistadoras do mundo enquanto ignoram ou pisam sobre direitos de outras nações através da imposição de leis opressoras e de arranjos internacionais.

Senhoras e senhores, vamos olhar para o Conselho de Segurança da ONU o qual é um dos legados da I Guerra Mundial e da II Guerra Mundial. Qual era a lógica por trás da garantia que se concederam ao direito de veto? Como pode tal lógica concordar com valores humanitários ou espirituais? Não seria isto inconformidade com os princípios reconhecidos de justiça, igualdade perante a lei, amor e dignidade humana? Não seria isto discriminação, injustiça, violações de direitos humanos ou humilhação da maioria das nações e países?

O conselho é o mais alto corpo decisor mundial para a salvaguarda da paz e da segurança internacional. Como podemos nós esperar a realização de justiça e paz quando a discriminação é legalizada e a origem da lei é dominada pela coerção e pela força ao invés de o ser pela justiça e pelo direito?

A coerção e a arrogância são a origem da opressão e das guerras. Embora hoje muitos proponentes do racismo condenem a discriminação racial em palavras e slogans, um certo número de países poderosos foi autorizado a decidir por outras nações com base nos seus próprios interesses e ao seu próprio arbítrio e eles podem facilmente violar todas as leis e valores humanitários como têm feito.

A seguir à II Guerra Mundial, recorreram à agressão militar para tornar sem lar toda uma nação sob o pretexto do sofrimento judeu e enviaram migrantes da Europa, dos Estados Unidos e de outras partes do mundo a fim de estabelecer um governo totalmente racista na Palestina ocupada. E, de facto, em compensação pelas terríveis consequências do racismo na Europa, ajudaram a levar ao poder o mais cruel e repressivo regime racista na Palestina.

O Conselho de Segurança ajudou a estabilizar o regime de ocupação e apoiou-o nos últimos 60 anos dando-lhes liberdade de acção para cometer toda a espécie de atrocidades. É de todo ainda mais lamentável que um certo número de governos ocidentais e os Estados Unidos tenham-se comprometido a defender aqueles racistas perpetradores de genocídio enquanto os povos com consciência e mente livre do mundo condenam a agressão, as brutalidades e o bombardeamento de civis em Gaza. Os apoiantes de Israel têm sido sempre coniventes ou silenciosos em relação aos crimes.

Caros amigos, distintos delegados, senhoras e senhores. Quais são as causas raízes dos ataques dos EUA contra o Iraque ou da invasão do Afeganistão?

Era o motivo por trás da invasão do Iraque qualquer outra coisa senão a arrogância da então administração dos EUA e as pressões crescentes da parte dos possuidores de riqueza e poder para expandir a sua esfera de influência atendendo aos interesses de gigantescas companhias fabricantes de armas, afectando uma cultura nobre com milhares de anos de história, eliminando as ameaças potenciais e práticas de países muçulmanos contra o regime sionista ou para controlar e pilhar os recursos energéticos do povo iraquiano?

Por que, na verdade, quase um milhão de pessoas foi morta e ferida e uns poucos mais milhões foram deslocados? Por que, na verdade, o povo iraquiano sofreu enormes perdas que montam a centenas de milhares de milhões de dólares? E por que milhares de milhões de dólares foram impostos ao povo americano em resultado destas acções militares? Não foi a acção militar contra o Iraque planeada pelos sionistas e seus aliados na então administração dos EUA em cumplicidade com os países fabricantes de armas e os possuidores de riqueza? Será que a invasão do Afeganistão restaurou a paz, a segurança e o bem-estar económico no país?

Os Estados Unidos e os seus aliados não só fracassaram em conter a produção de drogas no Afeganistão como também o cultivo de narcóticos multiplicou-se durante a sua presença. A questão básica é qual foi a responsabilidade e a função da então administração dos EUA e dos seus aliados?

Representavam eles os países do mundo? Foram mandatados por eles? Foram autorizados pelos povos do mundo a interferir em todas as partes do globo, naturalmente sobretudo na nossa região? Não serão estas medidas um exemplo claro de egocentrismo, racismo, discriminação ou violação da dignidade e da independência de nações?

Senhoras e senhores, quem é responsável pela actual crise económica global? Onde é que a crise começou? Na África, Ásia ou nos Estados Unidos em primeiro lugar propagando-se então através da Europa e entre os seus aliados?

Durante um longo tempo, eles impuseram regulamentações económicas injustas através do seu poder político sobre a economia internacional. Eles impuseram um sistema financeiro e monetário sem um adequado mecanismo de supervisão internacional sobre nações e governos que não desempenhavam qualquer papel nestas tendências ou políticas repressivas. Eles nem mesmo permitiram ao seu povo supervisionar ou monitorar suas políticas financeiras. Eles aprovaram todas as leis e regulamentos em desobediência a todos os valores morais só para proteger os interesses dos possuidores de riqueza e poder.

Além disso apresentaram uma definição de economia de mercado e de competição que negou muitas das oportunidades económicas que poderiam ser disponibilizadas a outros países do mundo. Eles até transferiram os seus problemas para outros enquanto as ondas de crise os açoitava praguejando as suas economias com milhões de milhões de dólares de défice orçamental. E hoje, estão a injectar centenas de milhares de milhões de dólares de dinheiro dos bolsos do seu próprio povo e de outras nações em bancos, companhias e instituições financeiras fracassadas tornando a situação cada vez mais complicada para a sua economia e o seu povo. Estão simplesmente a pensar acerca da manutenção do poder e da riqueza. Não poderiam desprezar menos os povos do mundo e até o seu próprio povo.

Sr. Presidente, senhoras e senhores. O racismo está baseado na falta de conhecimento quanto às raízes da existência humana como as criaturas seleccionadas de Deus. É também o resultado do desvio do verdadeiro caminho da vida humana e das obrigações da humanidade no mundo da criação, deixando de conscientemente orar a Deus, não sendo capazes de pensar acerca da filosofia da vida ou o caminho para a perfeição que são os principais ingredientes dos valores divinos e humanitários os quais restringiram o horizonte da perspectiva humana tornando interesses transitórios e limites a medida para a sua acção. Eis porque o mal do poder moldou-se e expandiu-se no âmago do poder enquanto privava outros de desfrutarem oportunidades de desenvolvimento correctas e justas.

O resultado foi a feitura de um racismo desenfreado que está a colocar as mais sérias ameaças à paz internacional e obstaculiza o caminho para construir a coexistência pacífica por todo o mundo. Indubitavelmente, o racismo é o símbolo da ignorância que tem profundas raízes históricas e é, na verdade, o sinal da frustração no desenvolvimento da sociedade humana.

É, portanto, crucialmente importante detectar as manifestações de racismo em situações ou em sociedades onde a ignorância ou a falta de conhecimento prevalece. Esta crescente consciência geral e entendimento da filosofia da existência humana é a luta de princípio contra tais manifestações e revela a verdade de que a humanidade centra-se na criação do universo e que a chave para resolver o problema do racismo é um retorno a valores espirituais e morais e finalmente a inclinação para orar a Deus Poderoso.

A comunidade internacional deve iniciar movimentos colectivos para elevar a consciência em sociedades afligidas em que a ignorância do racismo ainda prevalece de modo a dar um basta à propagação destas manifestações malignas.

Caros amigos, hoje, a comunidade humana está a enfrentar uma espécie de racismo que empana a imagem da humanidade no princípio do terceiro milénio.

O sionismo mundial personifica o racismo que falsamente recorre a religiões e abusa de sentimentos religiosos para ocultar o seu ódio e a sua cara horrenda. Contudo, é de grande importância por em foco os objectivo políticos de algumas da potências mundiais e daqueles que controlam enormes recursos e interesses económicos no mundo. Eles mobilizam todos os recursos, incluindo a sua influência económica e política e o media mundiais para prestar apoio em vão ao regime sionista e maliciosamente minimizar a indignidade e desgraça deste regime.

Isto não é simplesmente uma questão de ignorância e ninguém pode terminar estes fenómenos horrendos através de campanhas diplomáticas. Devem ser efectuados esforços para por um fim ao abuso dos sionistas e dos seus apoiantes políticos e internacionais e para respeitar a vontade e as aspirações das nações. Os governos devem ser encorajados e apoiados nos seus combates destinados a erradicar este racismo bárbaro e para moverem-se rumo à reforma dos actuais mecanismos internacionais.

Não há dúvida de que todos vocês estão conscientes das conspirações de algumas potências e de círculos sionistas contra os objectivos desta conferência. Infelizmente, tem havido textos e declarações em apoio dos sionistas e dos seus crimes. E é da responsabilidade dos respeitáveis representantes das nações revelar estas campanhas, as quais são executadas contra os valores e princípios humanitários.

Deveria ser reconhecido que boicotar uma tal sessão internacional é um verdadeiro gesto de apoio a este exemplo flagrante do racismo. Ao defender direitos humanos é basicamente importante defender os direitos de todas as nações a participarem igualmente em toda decisão internacional importante com processos de decisão sem a influência de certas potências mundiais.

E em segundo lugar, é necessário reestruturar as organizações internacionais existentes e os seus respectivos arranjos. Portanto esta conferência é um campo de teste e opinião pública mundial hoje e amanhã julgará as nossas decisões e as nossas acções.

Sr. Presidente, Senhoras e Senhores, o mundo está a atravessar mudanças rápidas e fundamentais. As relações de poder tornaram-se fracas e frágeis. Os ruídos do estalar dos pilares dos sistemas mundiais agora são audíveis. As principais estruturas políticas e económicas estão à beira do colapso. Crises políticas e de segurança estão em ascensão. A pioria da crise na economia mundial, para a qual não se vê perspectiva brilhante, demonstra uma maré ascendente de mudanças globais de extremo alcance. Enfatizei repetidamente a necessidade de alterar a direcção errada em que o mundo está hoje a ser administrado e também adverti das horrendas consequências de qualquer atraso nesta responsabilidade crucial.

Agora, neste valioso evento, gostaria de anunciar a todos os líderes, pensadores, nações do mundo presentes nesta reunião e àqueles que anseiam por paz e bem-estar económico que a injusta administração económica do mundo está agora no fim da estrada. Este impasse era inevitável uma vez que a lógica desta administração imposta era opressiva.

A lógica da gestão colectiva dos assuntos mundiais é baseada sobre nobres aspirações que se centram nos seres humanos e na supremacia do Deus poderoso. Portanto ela desafia qualquer política ou plano que vá contra o poder das nações. A vitória do certo sobre o errado e o estabelecimento de um sistema mundial justo foi prometido pelo Deus Poderoso e pelos seus mensageiros e foi um objectivo partilhado de todos os seres humanos de diferentes sociedades e gerações no curso da história. A realização de tal futuro depende do conhecimento da criação e a crença da fé.

A feitura de uma sociedade global é de facto o cumprimento de um objectivo nobre contido no estabelecimento de um sistema global comum que será executado com a participação de todas as nações do mundo em todos os principais processos de tomada de decisão e a raiz definida para este sublime objectivo.

Capacidades técnicas e científicas, assim como tecnologia de comunicação, criaram um entendimento comum e generalizado da sociedade mundial e proporcionaram o terreno necessário para um sistema comum. Agora cabe a todos os intelectuais, pensadores e decisores políticos do mundo cumprirem a sua responsabilidade histórica com uma crença firme nesta raiz bem definida.

Também quero enfatizar o facto de que o liberalismo ocidental e o capitalismo chegaram ao seu fim uma vez que fracassaram em perceber a verdade do mundo e os humanos tais como eles são.

Eles impuseram os seus próprios objectivos e direcções aos seres humanos. Não há respeito por valores humanos e divinos, de justiça, liberdade, amor e fraternidade e basearam a vida sobre a competição intensa, assegurando, que assegure o interesse material individual e cooperativo.

Agora devemos aprender com o passado iniciando esforços colectivos para tratar dos desafios presentes e em conexão com isto, como uma observação final, quero chamar a vossa gentil atenção para duas importantes questões:

Primeiro, é absolutamente possível melhorar a situação existente no mundo. Contudo, deve-se notar que isto só pode alcançado através da cooperação de todos os países a fim de conseguir o melhor das capacidades e recursos existentes no mundo. Minha participação nesta conferência deve-se à convicção quanto a estas importantes questões bem como à nossa responsabilidade comum de defender os direitos das nações em relação ao fenómeno sinistro do racismo e de estar convosco, os pensadores do mundo.

Segundo, atentos à ineficiência dos actuais sistemas internacionais de segurança política, económica e de segurança, é necessário focar valores divinos e humanitários relativos à verdadeira definição de seres humanos baseados sobre a justiça e o respeito pelos direitos de todos os povos em todas as partes do mundo e reconhecendo as transgressões passadas na administração do mundo, e empreender medidas colectivas para reformar as estruturas existentes.

Quanto a isto, é crucialmente importante reformar rapidamente a estrutura do Conselho de Segurança, incluindo a eliminação do discriminatório direito de veto e mudar os actuais sistemas financeiros e monetários do mundo.

É evidente que a falta de entendimento da urgência de mudança equivale a custos muito mais pesados com o atraso consequente.

Caros Amigos, atenção que nos movermos rumo à justiça e à dignidade humana é como um fluxo rápido na corrente de um rio. Não nos esqueçamos da essência do amor e da afeição. O futuro prometido dos seres humanos é um grande activo que pode servir aos nossos propósitos de nos mantermos juntos para construir um novo mundo.

A fim de fazer do mundo um lugar melhor cheio de amor e de bênçãos, um mundo destituído de pobreza e de ódio, fundindo as crescentes bênçãos de Deus Poderoso e a gestão correcta do ser humano perfeito, vamos todos unir as nossas mãos na amizade para o cumprimento de um tal novo mundo.

Agradeço ao Sr. Presidente, ao Secretário-Geral e a todos os respeitáveis participantes terem tido a paciência de me ouvir. Muito obrigado.

O texto (tíbio) da declaração desta conferência encontra-se em http://www.un.org/durbanreview2009/pdf/DDPA_full_text.pdf

O original encontra-se em http://votersforpeace.us/press/index.php?itemid=1379

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