O presidente da Renault e da Nissan se mostra pessimista para 2009 e até mesmo para 2010 em relação ao mercado automotivo se a crise financeira persistir.
A reportagem foi publicada no jornal francês Libération, 28-10-2008. A tradução é do Cepat.
Carlos Ghosn não é um vendedor de carros otimista. O presidente dos grupos RenaultNissan (japonês) declarou que a crise financeira mundial não sra resolvida em poucas semanas, e que suas conseqüências sobre o setor automotivo estão ainda no começo. (francês) e
“Nós pensamos que esta crise não será breve. Devemos nos preparar para enfrentar turbulências durante um período relativamente longo”, advertiu depois de uma conferência em Tóquio. “Em 2009, a situação (do mercado automobilístico) será no melhor dos casos moderada” e isso poderia se prolongar em 2010 se a crise financeira não for resolvida até lá, continuou.
O setor é, segundo ele, duplamente atingido: pela crise financeira, por um lado, que entranha uma restrição dos preços, e pela desaceleração econômica que se segue, por outro. “Nós ainda não vimos o pior. Mesmo se a crise financeira for controlada, as conseqüências da diminuição da demanda sobre os empregos vão se fazer sentir”, preveniu.
Ghosn julga que em tais circunstâncias, os patrões devem se concentrar nos desafios de curto prazo, com uma atenção particular sobre a contabilidade. “Os problemas de curto prazo devem ser tratados. Hoje, a urgência diz respeito à gestão da liquidez”.
O número 1 da Nissan se inquietou também com a explosão da divisa japonesa, um fenômeno que diminui a força da marca japonesa no exterior. O dólar foi cotado nos últimos dias a menos de 95 yens, contra 115 há alguns meses. Quanto ao euro, ele não vale mais que 115 yens contra 165 há pouco.
“Eu penso que se o yen continuar neste patamar, todos os trabalhadores japoneses vão sofrer, porque o Japão vai perder uma grande parte de sua competitividade”, sublinhou Carlos Ghosn ao indicar que ele não acredita que a moeda japonesa vai se manter a uma taxa de câmbio tão desfavorável.
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