"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sábado, novembro 01, 2008

Obama ou MacCain?

darussia.blogspot.com - 29/10/08


A crise económica e financeira na Rússia continua a concentrar a maior parte da atenção de analistas e políticos, deixando para um plano mais atrás as eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Porém, para o Kremlin não é indiferente se o vencedor do escrutínio irá ser Obama ou MacCain.
Os analistas russos constatam que após oito anos da presidência de George W.Bush, as relações russo-americanas encontram-se num dos períodos mais complexos da sua história.
“Arrisco-me a avançar uma avaliação bastante crítica: durante os oito anos de presidência de Bush, as relações russo-americanas praticamente não se mexeram do lugar. Isso não obstante a amizade entre George Bush e Vladimir Putin e a prontidão, manifestada pela Rússia após o 11 de Setembro de 2001, de cooperar no combate ao terrorismo”, considera Artur Blinov, analista do diário russo Nezavissimaia Gazeta.
No entanto, e por paradoxal que pareça, o Kremlin continua a considerar, tal como acontecia na era soviétruica, que é melhor conversar com os republicanos do que com os democratas.
“O facto é que, na era de George Bush, Moscovo e Washington já chegaram a acordo sobre a elaboração de um novo acordo no campo da redução dos armamentos estratégicos ofensivos, confirmaram os seus compromissos face ao tratado de não difusão de armas nucleares. A Rússia e os Estados Unidos começaram conversações sobre os planos americanos de instalação de elementos do sistema de defesa antimíssil na Polónia e na República Checa, que preocuparam seriamente Moscovo”, considera Ivan Zakhartchenko, especialista em assuntos internacionais da agência Ria-Novosti.
“Se os democratas chegarem ao poder nos Estados Unidos, defende esse analista,não se pode excluir a possibilidade de ser necessário voltar ao início no estabelecimento de contactos e conversações. Além disso, pode acontecer que os democratas se concentrem mais nos problemas dos direitos humanos na Rússia, afastando as questões estratégicas para segundo plano".
“Os republicanos de MacCain poderão olhar aiunda com menos simpatia e mais tendenciosismo para a Rússia, mas pode-se sempre recordar-lhes os acordos consdeguidos com os seus antecessores e exigir o seu cumprimento”, sublinha Zakhartchenko.
Artur Blinov considera que “se a administração de Obama ou a administração de MacCain decidir dedicar-se seriamente ao estabelecimento de relações com a Rússia, deverá, primeiramente, limpar os obstáculos que surgiram na esfera da segurança”.
Porém, alguns analistas russos chamam a atenção para o facto de a actual crise financeira mundial obrigar os Estados Unidos, a Rússia e outros países influentes a juntarem esforços com vista a encontrar uma saída.

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