FIQUEI MAIS TRANQÜILO DEPOIS QUE O GLOBO ONLINE, REPRODUZINDO A OPINIÃO DE UM LEITOR NA CAPA, ME AVISOU QUE GRAÇAS AO FHC ESTÁ TUDO BEM
Eu estou me tornando aquele velho chato, repetitivo, que conta o mesmo caso para a mesma pessoa seis vezes sem se dar conta de tê-lo feito.
Noto que a revista Veja merece o título de pé frio, pois perguntou na capa se a economia brasileira estava à prova de crise justamente na semana em que está claro que a crise vai pegar. Não só ao Brasil. A todo o mundo, pois é disso que se trata, de uma crise mundial, a primeira verdadeira crise econômica do mundo globalizado.
"Mantega destaca escudo das reservas de U$ 200 bi", escreve hoje o jornal Valor Econômico.
Está tudo sempre muito bem, até que tudo deixa de ficar bem. Essa é a minha experiência na cobertura de economia. Ninguém acreditava na falência de um grupo como o dos irmãos Lehman, fundado em 1850. Até que ele faliu.
Sabe quanto os bancos centrais da Inglaterra, da Europa e dos Estados Unidos injetaram hoje no mercado financeiro, para tentar conter a crise? U$ 180 bilhões de dólares.
Sabe de quanto a maior seguradora dos Estados Unidos, a AIG, precisa para sobreviver? De U$ 75 bilhões de dólares. Comparem esses números com as reservas brasileiras. Dá a vocês uma dimensão desta crise. Enquanto escrevo as ações da AIG estão em queda de 50% na bolsa de valores de Nova York, um indício de que a quebradeira vai continuar.
Alguns analistas já estão falando na formação de um grande banco internacional, com dinheiro público, com o objetivo de dar sustentação ao sistema financeiro, uma versão global do Proer brasileiro.
É lógico que o mundo não vai acabar, mas teremos recessão nos Estados Unidos, na Europa e no Japão ao mesmo tempo, com as devidas conseqüências nas exportações brasileiras e no mercado de commodities. Quem quer que se eleja nos Estados Unidos enfrentará crise econômica e desemprego. E sempre é tentador buscar inimigos externos em uma conjuntura dessas.
Agora vou jogar damas na praça.
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