"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

segunda-feira, setembro 15, 2008

A fusão nuclear

Blog do Luis Nassif - 14/09/08

Da Agência Estado

Brasil busca acordo em fusão nuclear

DENISE CHRISPIM MARIN

SÃO PAULO - Apadrinhado pela União Européia, o governo brasileiro decidiu negociar sua adesão plena ao consórcio internacional que desenvolve a chamada tecnologia do futuro na área energética - a geração de eletricidade por meio da fusão nuclear. O objetivo dos participantes do projeto de Reator Experimental Termonuclear Internacional (na sigla em inglês, Iter) será comercializar, em meados do século, a instalação de usinas capazes de reproduzir as reações de fusão que acontecem em estrelas, como o Sol, para a produção de energia renovável, limpa e, em tese, barata.

Na negociação, o Brasil espera obter o aval dos atuais sócios do Iter para pagar a totalidade ou parte de sua cota de cerca de US$ 1 bilhão em remessas de nióbio, mineral usado obrigatoriamente no revestimento do reator. O passaporte para o ingresso do Brasil no Iter será a assinatura de um acordo de cooperação na área de fusão nuclear com a Comunidade Européia da Energia Atômica, a ser concluído em 21 de outubro, em Bruxelas. O acordo permitirá o intercâmbio de cientistas brasileiros e europeus nos centros pesquisadores de ambos os lados. Seu papel essencial, entretanto, será o aval político para o ingresso do Brasil no Iter (continua).

Por Gesil Amarante

O Projeto ITER está orçado em mais de 5 Bilhões de Euros. Será um dos empreendimentos científico-tecnológicos mais difíceis e complexos da história. Participam dele UE, EUA, Japão, Rússia, Coréia do SUl, Índia e China.


Jamais o Brasil poderia "pagar" sua particiação em nióbio, até porque a mina foi vendida por FHC a empresa americana...

Há um projeto de cooperação com a EURATOM, em que o Brasil, que tem um grupo relativamente pequeno de físicos de plasmas atuantes na área, entraria como parceiro menor. O maior interesse do governo é o de facilitar o acesso de físicos brasileiros aos trabalhos de cooperação com os parceiros do ITER e permitir que, uma vez o projeto sendo um sucesso, o país possa assimilar a tecnologia mais rapidamente. É, sobretudo, um projeto de capacitação nacional, que envolve a criação de um Centro Brasileiro de Fusão, que abrigaria boa parte dos cientistas brasileiros na área e fomentaria a nova geração com ummprojeto próprio. Atualmente o Brasil tem 2 pequenos tokamaks em operação. Um na USP (TCABR) e outro no INPE (ETE).

A participação (ao menos como full partner) permitiria ter acesso aos desenvolvimentos tecnológicos decorrentes da construção e operação do ITER, inclusive com a prioridade para fornecer partes que possam ser desenvolvidas por empresas nacionais, sendo que parte dos subsistemas do ITER. Há possibilidades de decobertas tecnológicas importantes, seja em materiais especiais, robótica, etc, mesmo antes do primeiro "disparo".

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