A crise financeira atual é a mais grave em um século, segundo consenso que está se formando.
Quais as conseqüências piores desse jogo?
Em um primeiro momento, empresas em dificuldades foram amparadas pelo FED – que garantiu a liquidez.
Agora, a conta ficou grande demais e o FED pulou for a da operação de salvamento do Lehman Brothers.
Haverá dois fenômenos interligados:
1. O trancamento das operações de crédito. O enxugamento da liquidez será brutal, com ampliação da sensação de risco e o fechamento dos mercados de crédito internacionais para as empresas brasileiras.
2. Mesmo no caso de uma ação mais pragmática do FED, a substituição de créditos podres por títulos do tesouro americano também reduzirá a capacidade de oferta de crédito global.
Aí se entra no aumento do déficit em transações correntes. O Banco Central vem permitindo esse aumento, fechando as contas – na planilha – com os dados de investimento externo. Esse quadro não vai acontecer mais nos próximos anos.
Além disso, se a recessão mundial se aprofundar – e tem tudo para ocorrer graças à extraordinária miopia do Banco Central europeu – o Brasilk perderá receita de exportações tanto em preço quanto em quantidade.
Em suma, o país está melhor aparelhado para enfrentar crises do que em 1999. Mas a crise atual é infinitamente maior que a de 1999.
É hora do governo começar a, ao menos, estudar planos de contingência, para o caso de agravamento da crise.
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