"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

terça-feira, setembro 16, 2008

Coligação governamental oficialmente dissolvida na Ucrânia

darussia.blospot.com



Os blocos Nossa Ucrânia-Autodefesa Popular e Iúlia Timochenko confirmaram hoje o fim da coligação parlamentar, o que abre caminho à criação de uma nova coligação ou à realização de eleições parlamentares antecipadas.
O anúncio oficial foi feito de manhã por Arseni Iazteniuk, Presidente da Rada (Parlamento) da Ucrânia.
O Bloco Nossa Ucrânia – Autodefesa Popular, do Presidente Victor Iuschenko, e o Bloco de Iúlia Timochenko, força política que tem o nome da primeira-ministra do Governo da Ucrânia, detinham 227 dos 450 assentos na Rada Suprema do país.
Ontem, dirigentes dos blocos Iúlia Timochenko (BIUT) e Litvin (BL) (força política com representação parlamentar) tentaram chegar a acordo sobre um alargamento da actual “coligação democrático” com a adesão do BL, mas o bloco do Presidente Iuschenko não renunciou à decisão de pôr fim à aliança com a primeira-ministra.
A fim de restabelecer a coligação, Iuschenko exige que o Bloco de Iúlia Timochenko desista das leis aprovadas com o apoio desta força política que limitam seriamente os poderes presidenciais e que a primeira-ministra condene claramente a invasão da Geórgia pela Rússia.
A partir de hoje, as forças políticas representadas no Parlamento têm 30 dias para conseguir organizar uma nova coligação, mas a maioria dos observadores considera este cenário pouco realista.
O BIUT e o Partido das Regiões (força política pró-russa) têm mantido conversações nesse sentido, mas, por enquanto, sem êxito. Os dirigentes dessas duas forças políticas receiam que a sua popularidade seja abalada pelo facto de participarem nessa coligação e que isso joge a favor do Presidente Iuschenko.
Caso as forças políticas não consigam criar uma nova coligação nos próximos 30 dias, o Presidente Iuschenko poderá convocar eleições parlamentares antecipadas.
Segundo o diário Ukrainskaia Pravda, o Bloco de Iúlia Timochenko já teria tomado, ontem à noite, a decisão de se preparar para eleições antecipadas.
“Iúlia Vladimirovna ordenou aos deputados ir para os distritos e começar actividade de propaganda, não obstante eles deverem estar presentes no Parlamento”, declarou uma fonte do bloco ao diário ucraniano.
Iúlia Timochenko tem defendido a posição que se o país for para eleições antecipadas, estas não se devem limitar à eleição do Parlamento, mas também do Presidente e dos órgãos de poder local.
Victor Ianukovitch, dirigente do Partido das Regiões, anunciou que esta força política se opõe à convocação de eleições antecipadas.
Alguns politólogos ucranianos receiam que a crise interna seja utilizada por forças externas (Rússia, UE, Estados Unidos) com vista à conquista do país para a sua zona de influência. Isto é tanto mais grave se tivermos em conta a falta de responsabilidade dos dirigentes políticos e dos oligarcas ucranianos que não olham a meios para conseguir os seus objectivos.

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