"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Para a economia gaúcha é preferível um investimento na mão a dois só no papel

Instituto Humanitas Unisinos - 21/01/09

Para a economia gaúcha, a melhor notícia da bem-sucedida operação de reestruturação da dívida da Aracruz e de sua fusão com a VCP é que pelo menos um dos dois investimentos previstos para o Estado será retomado. Com atraso em relação ao cronograma original, mas ainda assim sairá do papel.

A reportagem é de Lúcia Ritzel e publicada no jornal Zero Hora, 21-01-2009.

Dos dois, a ampliação da unidade da Aracruz em Guaíba é o que deverá ser executado. Essa é a avaliação de analistas que participaram de reunião ontem à tarde com executivos da VCP, em São Paulo. No encontro, Raul Calfat, diretor-geral da Votorantim Industrial, ressaltou a cláusula do acordo que prevê a ampliação da fábrica gaúcha a partir de 2011 – no prazo original, a unidade seria concluída no final de 2010 e estaria produzindo comercialmente no começo do ano seguinte. A percepção de que Guaíba está na frente do Losango, como é chamado o projeto individual da VCP no Estado, decorre do fato de Calfat ter mencionado a nova previsão para o início da produção: 2013. O Losango não foi citado.

A reestruturação da dívida foi fundamental para a sobrevivência da Aracruz, mas não é o que garante a construção da fábrica. Tampouco a fusão. A senha para o destravamento dos novos investimentos é a duração da crise global e o tempo que levará a recuperação dos EUA. Ontem, especialistas do setor acompanhavam o discurso de posse do presidente Barack Obama em busca de pistas sobre seus próximos passos agora que ele terá de passar à ação.

A conta é a seguinte: enquanto forem negativas as projeções de crescimento dos EUA, da Europa e da Ásia, o setor de celulose e papel manterá o freio de mão puxado. Nos últimos meses, o preço da tonelada de celulose caiu de US$ 800 para US$ 420. Nesse nível, as empresas consideram que aumentar a oferta equivale a um tiro no pé. Na Aracruz, onde uma equipe de 35 profissionais tinha como missão tocar projetos pelos próximos 10 anos, há convicção de que não existirá mais tanto trabalho porque os investimentos só recomeçarão dentro de dois anos.

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