Não sei se o afastamento de Nélio Machado da defesa de Daniel Dantas - conforme matéria de hoje do Mário César Carvalho na Folha (clique aqui) - é factóide ou para valer. Ou seja, se ele sai de cena e continua agindo nos bastidores ou se sai de cena definitivamente.
De qualquer modo, a matéria comprova o que escrevi várias vezes aqui: a maior besteira de Daniel Dantas foi ter recorrido a um tipo truculento, barra pesada como a face pública da defesa.,
O meio jurídico é carregado de lendas. Uma delas era que Nélio era o maior criminalista do país. Ora, só se fosse para os bicheiros que defendia, pois nem para Dantas ele é mais. Esse tipo de advogado barra-pesada funciona no submundo, quando o lixo que defende não vem à tona.
Sua atuação foi fundamental para comprometer definitivamente a imagem de Dantas junto à opinião pública e para expor a articulação montada com lobistas de Dantas na imprensa: especialmente Diogo Mainardi.
Na série “O Caso de Veja”, no capítulo “O lobista de Dantas”, entre outros, relacionei uma a uma as matérias de Mainardi que tinham ligação direta com a estratégia de defesa de Dantas, a tese da contaminação do inquérito brasileiro com o italiano e várias outras.
Agora, Mainardi voltou ao que era: um cronista raso, cujas grosserias já se tornaram gastas, não chocando mais a ninguém. Quando suas tramas foram reveladas - sobre o material que recebia de Dantas e da advogada Aninha, certamente orientada por Nélio -, apareceu em pânico em São Paulo com o advogado Roberto Podval, para tentar limpar a barra junto ao Ministério Público. Depois, parou, em um caso estranho de um Dr. Fausto que vendeu a alma e agora não quer entregar.
Enquanto isto ocorria, o brilhante “maior criminalista do país” inundava a imprensa com declarações que corroboravam todos os argumentos da série - sobre as ligações entre as colunas de Mainardi e as táticas da defesa - expondo totalmente seus lobistas.
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