Uma pequena matéria, escondida em uma página interna do Estadão diz tudo.
Do Estadão
Jarbas volta à tribuna, se diz espionado e cobra Sarney
BRASÍLIA
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) voltou ontem à tribuna para denunciar uma devassa que estaria sendo feita contra ele por espiões e acusar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de distorcer suas declarações. Jarbas disse que “em momento algum” declarou ter denunciado à revista Veja uma investigação contratada por integrantes do PMDB.
Ele também se disse surpreso com a agilidade de Sarney em acionar o Ministério Público e o Ministério da Justiça para apurar suas denúncias e o desafiou a investigar outros episódios de “arapongagem”. E citou a espionagem que teria ocorrido em Goiânia contra Marconi Perillo (PSDB-GO) e Demóstenes Torres (DEM-GO), supostamente a mando do atual líder do PMDB, Renan Calheiros (AL). Renan reagiu: “O caso já foi investigado e todos os envolvidos negaram.”
Comentário
1.O ponto central da matéria não é que Jarbas se disse espionado. É que negou que tivesse afirmado que a espionagem partiu do PMDB - conforme Veja destacou na matéria sobre o tema. Ou Jarbas disse à revista e voltou atrás; ou a revista (que tinha como única fonte Jarbas) mentiu mais uma vez.
2.Jarbas não cobrou providências de Sarney. Cobrou Sarney por ter tomado providências. Como assim? Um senador anuncia que foi alvo de tentativa de grampo e reclama porque foram tomadas providências? Obviamente Jarbas ficou com receio de que sua “denúncia” fosse desmascarada.
3.Jarbas trouxe à tona o caso do grampo em Goiás. E publicamente foi informadoque todos os envolvidos negaram. O tal grampo era falso. Na época, quem se apresentou como vítima do falso grampo foi o Senador Demóstenes Torres, o mesmo que da segunda armação com grampo, com a participação da mesmíssima revista Veja e do presidente do STF Gilmar Mendes.
Quais os resultados dessa nova mentira:
O relator das CPI das Escutas Telefônicas, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) imediatamente anunciou a possibilidade de prorrogação da CPI por 60 dias para investigar as denúncias de Jarbas. Ou seja, qualquer notícia, mesmo sem confirmação, tornou-se álibi para a prorrogação da CPI.
Quem é o mentiroso?
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