“O FMI prevê um crescimento mundial negativo para este ano, o pior desempenho que a maioria de nós já viu”, declarou Dominique Strauss-Kahn, diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), na abertura de uma Conferência sobre o impacto da crise econômica mundial sobre o continente africano, que aconteceu em Dar es-Salaam, na Tanzânia.
A reportagem é do jornal francês Libération, 10-03-2009. A tradução é do Cepat.
No mês passado, o diretor do FMI já havia indicado que o crescimento mundial de 2009 seria próximo de zero. A degradação contínua do ambiente financeiro mundial, “associado a uma queda da confiança dos lares e dos meios empresariais, sufoca a demanda interior em todo o mundo”, acrescentou Strauss-Kahn.
Nesse contexto, o impacto da crise financeira ameaça arrastar em breve milhões de africanos à miséria e reavivar os conflitos no continente, advertiu Strauss-Kahn: “Nosso encontro acontece em um momento crítico da história da África. Podemos qualificar a presente crise financeira mundial de grande recessão”.
E “mesmo que a crise demora para chegar à África, todos nós sabemos que ela chega e que seu impacto será severo”, lembrou o diretor do FMI, citando a queda das trocas comerciais, a diminuição das remessas de dinheiro para a diáspora e a redução dos investimentos estrangeiros e a ajuda.
O crescimento econômico do continente deverá avançar em torno de 3% em 2009, longe dos 5,4% registrados em 2008. Mas “este dado poderá ser muito otimista se a crise piorar”, previa Strauss-Kahn.
Nesta segunda-feira, o Diretor-geral do FMI considerou que a África necessita de financiamentos suplementares da ordem de 11 bilhões de dólares nos próximos cinco anos para amortecer o choque da crise mundial no continente.
Um pouco antes, o Banco Mundial afirmou que os países em desenvolvimento vão enfrentar um déficit de até 700 bilhões de dólares em 2009.
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