A crise de crédito está levando as grandes empresas a seguir o exemplo da Petrobras e também recorrer à Caixa Econômica Federal para pedir empréstimos para capital de giro. A Braskem obteve um financiamento de R$ 600 milhões da Caixa para fazer frente a algumas obrigações de curto prazo e ao seu plano de investimento. A companhia pretende investir R$ 900 milhões neste ano.
A reportagem é de Guilherme Barros e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 07-03-2009.
Outras grandes empresas também estão batendo na porta da Caixa para tentar obter recursos de curto prazo. O empréstimo a grandes empresas é uma novidade na rotina de operações da Caixa, cujo orçamento é destinado principalmente ao financiamento ao setor imobiliário, a investimentos em infraestrutura e a pequenas e médias empresas.
Essa nova atuação da Caixa foi inaugurada no final do ano passado, quando a instituição concedeu mais de R$ 2 bilhões à Petrobras. O argumento das grandes empresas é a escassez de financiamento externo provocada pela crise. Antes, elas buscavam recursos externos, que cobram juros muito mais baixos, mas o crédito secou.
O problema, no entanto, é que o orçamento da Caixa não prevê empréstimos tão vultosos para uma única empresa. A Caixa prevê encerrar este ano com um saldo de R$ 122 bilhões em operações de crédito, o que vai significar um crescimento de 37% em relação ao ano passado. Desse total, o financiamento habitacional irá responder por R$ 63 bilhões.
O total de recursos previstos para capital de giro, no entanto, se restringe a R$ 4 bilhões. A Caixa prevê novos empréstimos às grandes, mas a preferência continuam sendo as pequenas e médias empresas.
As grandes empresas não estão apenas recorrendo a modalidades tradicionais de empréstimos na Caixa. O pedido de operações estruturadas, como emissão de debêntures, também tem aumentado significativamente. A crise de crédito não dá trégua.
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