Embora considerem que a redução da Selic venha na direção correta, representantes da indústria, do varejo e de centrais sindicais dizem que o corte de 1,5 ponto percentual nos juros ainda não está na medida adequada e pedem ousadia do Banco Central.
A notícia é do jornal Folha de S. Paulo, 12-03-2009.
Segundo o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, o Copom (Comitê de Política Monetária) precisa agir com mais rapidez para evitar o agravamento do quadro de retração econômica, depois da queda de 3,6% no PIB no quarto trimestre de 2008. Para ele, o órgão deveria se reunir de 15 em 15 dias e promover reduções graduais até a Selic chegar a um nível entre 7% e 8%.
"Os responsáveis pela política econômica serão, também, os responsáveis pelo desemprego no Brasil se, a curto prazo, não acontecerem novos cortes na Selic", disse, em nota.
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), considera "frustrante" a redução de 1,5 ponto na taxa Selic. "Esse movimento de aceleração no corte dos juros não tem a intensidade necessária ao momento", disse. "O BC ainda mostra descompasso com o esforço de evitar a recessão."
Na mesma linha, o presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Alencar Burti, qualificou como "tímida" a decisão do Copom. "Esperávamos que a coragem revelada pelas autoridades monetárias em elevar as taxas de juros fosse demonstrada agora com uma redução mais ousada."
Para a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a queda dos juros "era a única decisão aceitável diante da conjuntura". Mas a central avalia que a queda é " tardia".
"O Brasil ainda tem chances de registrar crescimento em 2009, e devemos ser ousados para não perder a oportunidade", disse o presidente da central, Artur Henrique.
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