O próximo Prêmio Esso de efeitos especiais irá sem dúvida para esse trecho da reportagem de Veja sobre Protógenes:
“Os policiais buscavam provas de ações ilegais da equipe de Protógenes, entre as quais o áudio da interceptação clandestina de uma conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres. A existência do grampo foi revelada a VEJA em agosto do ano passado por um agente da Abin que participou da Operação Satiagraha como encarregado da transcrição de centenas de outras conversas captadas ilegalmente. O resultado final da investigação deve ser anunciado até maio, mas, pelo que já se encontrou nos arquivos pessoais de Protógenes, não resta mais sombra de dúvida sobre a extensão de suas ações ilícitas, cuja ousadia sem limite chegou à antessala do presidente Lula e a seu filho Fábio Luís”.
É Esso ou não é? A revista fala do grampo armado por ela (da conversa entre Gilmar e Demóstenes Torres). Inclui o grampo no inquérito com a maior sem-cerimônia possível. Diz que os policiais estavam procurando provas desse grampo. Ora, há um inquérito específico sobre o grampo, que irá constatar que não existe nenhum indício da sua existência - o que provavelmente implicará a revista em ato criminoso.
A conclusão do parágrafo é uma pérola, só possível em uma publicação dirigida por Eurípedes e Sabino:
“O resultado final da investigação deve ser anunciado até maio, mas, pelo que já se encontrou nos arquivos pessoais de Protógenes, não resta mais sombra de dúvida sobre a extensão de suas ações ilícitas”.
Como assim? Não há uma menção ao grampo na matéria e certamente no relatório. Restam todas as dúvidas sobre o papel da revista na armação daquele grampo.
Junte-se esse trecho com o “caco” em que pretendem envolver De Sanctis e o Ministério Público, para se ter uma aula prática sobre as manipulações primárias no jornalismo.
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